quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A mulher, o bebê, a amamentação e a sonda!

Levei 18 meses pra conseguir escrever sobre a minha amamentação! Muitas pessoas viviam pedindo pra eu fazer o relato, pois poderia ser útil para outras mulheres, e eu tentei várias vezes, nunca consegui. Sempre a sensação de algo parado na garganta e eu abandonava a escrita logo no início, mas dessa vez vai sair.

Sou enfermeira, já ajudei muitos bebês a mamar no peito, e eu achava que sabia tudo sobre o assunto, e que eu iria abafar quando fosse minha vez. Engravidei e me preocupei exaustivamente com o parto, me preparei para ele, sonhava com ele, porém sempre deixei a amamentação de lado, como se a montanha mais alta da minha vida fosse o PARTO. Grande engano, atrás daquele morro (parto) havia a montanha (pós parto).
Nico nasceu e veio para o peito imediatamente, e pegou de primeira. A sensação ali foi de uma explosão imensa, e de vitória, me abafei: "meu filho acabou de nascer e mama feito um bezerro".
No segundo dia de vida, chamei uma consultora em amamentação, pois o Nico berrava, e após 1 hora de ordenha não conseguimos sequer ver um brilho de colostro, nada, nada. Era como pegar o peito de uma mulher q nunca amamentou na vida e tentar ordenhar! Tentei não me preocupar. E no dia seguinte, vi uma gotinha branca de leite escorrer, ufa, funciona, eu pensei, e desencanei, apesar de nunca ter sentido o peito cheio. Sabe aquele endurecimento dos seios, sensação de peso, nunca tive.
Os dias foram passando, e eu calmamente lidava com um bebê que solicitava o peito a todo instante, não tinha intervalo superior a 30 minutos, ele não dormia durante o dia, ele ficava no peito o tempo todo. Mas como eu sempre ouvia que bebê novinho ficava no peito o tempo todo eu estava tranquila. E com 1 mês Nico estava pesando somente 80g a mais do que o nascimento. Nasceu com 2820g e estava com 2900g, com 30 dias de vida. E foi nesse dia que meu mundo caiu!
Entrei na consulta com a pediatra, e assim que tirei a roupa dele ela soltou:"- Minha nossa esse menino está muito magro". O pesou, olhou pra mim e disse:"- Mãe, seu filho está desnutrido, pode dar mamadeira que vc não tem leite pra ele". Receitou a fórmula artificial (FA) e se despediu de mim. A consulta durou 5 minutos, mas magoou meu coração por toda eternidade! Me senti um lixo, senti que meu filho pra ela era um lixo, que não precisava do meu leite. Que qualquer vaca ( o animal mesmo) o alimentaria melhor que eu. Meu leite era lixo. Pouco lixo.
Claro, troquei de pediatra e nunca mais voltei lá!
Cheguei na nova pediatra, desesperada, chorosa, e ela o avaliou e disse que o Nico estava magro, não desnutrido, e que não era pra eu dar FA pra ele, que investiriamos na amamentação, e que ela queria ver-nos 2 vezes por semana! E aí começou a grande luta!
Todas as vezes antes de amamentar eu tirava um pouco de leite manualmente, depois o colocava pra mamar, e depois ordenha com a bomba elétrica, isso em TODAS as mamadas (oh God). O volume que eu ordenhava não passava de 5ml das duas mamas, porém eu sabia q isso no início era normal.
Procurei o banco de leite várias vezes, e elas me olhavam com piedade e pediam para que eu desse  a FA assim que eu chegasse em casa, pois meu leite era insuficiente.
E aqui vai minha sugestao para o Banco de Leite, acho que as mulheres deveriam ficar separadas na hora da ordenha, eu me sentia muito mal quando do meu lado estava uma mulher com um recem nascido ordenhando 150 ml, enquanto eu com um bebê de mais de 30 dias ordenhando 5ml das duas mamas. Era horrível! Mesmo vc sabendo que não é ideal comparar, mas sabe aquele sentimento lá no fundo que todo mundo tem, então, eu tinha, e eu me sentia incompetente e frustrada!
Fiz tudo o que eu sempre falei que não havia necessidade de ser feito (desespero?) tomei plasil, tintura de algodoeiro, chá da mamãe, litros e litros de água, canjica (engordei horrores), e claro não consegui fazer o principal: me manter tranquila.
Quando Nico fez 2 meses ele estava pesando 3200g, diante da balança, eu chorava, essa batalha eu havia perdido. Estava há 12 dias sem evacuar, urina extremamente concentrada. Eu não aguentava mais, estava no meu limite, e juntas (pediatra e eu) optamos por iniciar a relactação, até que o peso voltasse ao menos para o percentil 10, que era o de seu nascimento.
Quando saí para comprar a primeira lata de leite em pó eu chorei, me sentia derrotada, incompetente. Sentia ódio de mim e de todas as mulheres. Me tranquei em casa pq eu não conseguia ver outra mulher amamentando, eu me sentia horrível. Por que eu não consigo amamentar o meu bebê?
Eu via recém nascido maiores e mais pesados que o meu filho com 2 meses, eu me sentia a pior das mães. E quando eu ouvia que era besteira ficar assim, que a maioria das crianças crescem com leite artificial, que era
frescura, eu me sentia pior ainda. Amamentar pra mim não era uma escolha, era um princípio, era a ordem natural das coisas, e eu sentia meu corpo falho.
E eu comecei a relactar

O que é relactação?
Relactação é uma técnica de amamentação por meio de uma sonda (gastrica, ou de aspiração, ideal a de número 4). A criança suga o seio da mãe, e por meio da sonda acoplada ao peito, ela suga também o leite armazenado em um frasco.
A relactação é indicada para mulheres que já estiveram grávidas e por qualquer motivo precisam, ou querem, voltar a produzir leite. portanto, somente relacta a mulher que em algum momento da vida já produziu leite e quer retornar a produção. No entanto, a técnica é utilizada também por mulher que quere ou precisam aumentar a produção, uma vez que o bebê sugando o seio estimula a produção láctea.
Quando o bebê está recebendo leite ordenhado da mãe, mas por algum motivo (UTI) não pode ou não consegue sugar o seio materno se diz translactação, e não relactação, pois a mãe produz leite, e o mesmo está sendo consumido pelo bebê.



Então mudei um pouco minha rotina, agora eu ordenha manualmente antes de dar o peito, colocava o bebê no peito, depois de um tempo no peito eu relactava, e depois eu fazia a ordenha com bomba elétrica. O volume ordenhado passou para 20ml e nunca além disso.
E daí, um mês após, Nico pesava 5400g, ou seja ele ganhou 2200g em um mês, mais de 70g por dia. A pediatra um pouco assustada me perguntou quando de leite eu estava passando pela sonda e eu respondi, 30 ml. E ela com um sorriso respondeu, 30 ml jamais o faria engordar assim, o q o engordou foi você. Uma explosão de felicidade tomou conta de mim, e o sol voltou a brilhar. E começamos o desmame da sonda.
Porém meu mundo caiu novamente, Nico viciou na sonda, ele não aceitava o peito sem ela, chorava, ficava nervoso. Teria a sonda virado uma mamadeira? Mas fui devagar, e consegui tirar aos poucos, e o resultado após um mês fazendo o desmame foi terrivel, Nico perdeu peso! Voltei a relactar, voltou a ganhar peso. Tirava a sonda perdia peso. E fui nesse ciclo 5 vezes, até que eu tomei a decisão por manter a sonda de vez, eu não queria oferecer leite na mamadeira. A Amamentação está além da oferta de leite, é carinho, calor, afeto, vínculo e eu lutaria por ela até o fim!

A relactação deve ter um começo e um fim. O ideal é que quando se indica a realactação para uma mulher é que já se tenha em mente o processo de desmame diante de sua indicação.
Quando a indicação é para aumentar o volume de leite, há a necessidade de se esgotar outros meios. Em primeiro lugar, felizmente, a grande maioria das mulheres que acham q estão com pouco leite, na verdade não estão, e um meio de se averiguar isso é a frequência de micções, e sinais de bom desenvolvimento, o peso não deve estar no alto do pedestal. Se de fato estiver diante de um caso que necessita de cuidados deve-se observar as possiveis causas e tentar corrigi-las, e se não resolvido o caso aí sim indicar a relactação.
Apesar de ser um processo que auxilia a amamentação a relactação tem seus poréns, o fluxo de leite é maior o que pode fazer com que o bebê se acostume com essa facilidade! A longo prazo a relactação pode causar hipogalactia e desmame, daí  a necessidade de ser um procedimento provisório.
Algumas mulheres não conseguem desvincular a sonda da doença, aquele estigma de que o bebê que se alimenta por sonda é doente, essa mulher precisa de muito apoio.
Apoio, é o que de fato a mulher com dificuldades em amamentar mais precisa. E por apoio entenda acolhimento. Teve dias que a única coisa que eu queria era um abraço, só isso. Estava cansada de pedir ajuda e muita gente em cima de seus egos deixavam de ver que o que eu mais precisava era de um ombro.


E assim foram 13 meses de relactação, isso mesmo 13 meses. 15 meses me perguntando, procurando respostas do que aconteceu, o que foi errado, porém nenhuma resposta me convencia.
Até que eu tirei a vítima de mim e passei a olhar a verdade, a minha amamentação havia saído do campo emocional e flutuado para o mental. Como uma mulher consegue amamentar pensando o tempo todo em quantos ml o bebê já ingeriu, se estava mamando o leite posterior (rico em gorduras), se estava DESNUTRIDO.
Fato, Nico tem o freio sublingual curto o que acredito que dificultou a mamada, mas o que mais pesou de fato foi o DESNUTRIDO, essa palavra sondava os meus piores pesadelos, pois ela me deu o selo de incompetente, eu não vi que meu filho passava fome? Eu não vi que meu flho estava desnutrido? Precisei de vários meses pra me recompor.
E aí vai meu apelo aos profissionais da saúde: Por favor, caros colegas. Não importa que é a última paciente do seu dia estressante, você pode ferir os sentimentos dela e prejudicar toda uma história. Devemos fazer nosso trabalho com amor e ele deve ser baseado em informações corretas. Se nada tivermos de bom para falar, que fiquemos calados. Jamais podemos destruir o sonho de alguém, mesmo que não o conheçamos.
Estudar e atualizar, sempre!

Quando me dei conta que eu havia perdido a confiança em meu corpo, a confiança em mim, já havia passado 15 meses de amamentação. Quando me dei conta de que a viciada na sonda era EU, eu consegui ver o que estava diante de mim o tempo todo, a mãe estava ali.
Peguei meu filho no colo, joguei as sondas fora, e o amamentei com o coração. Não queria saber quantos ml de leite haviam ali, eu só queria sentir seu corpo junto do meu, seus olhos no meu, seu dedo dentro do meu nariz, aí eu comecei a amamentar de verdade, a amamentar instintivamente, sem explicação, sem nomes, sem adjetivos, eu me NUTRI.  E estamos hoje há 3 meses sem relactar, meu seios estão mais pesados e eu sinto que essa batalha eu venci. Sou brasileira não desisto nunca, e valeu  a pena?. Como valeu a pena!
Nico com 18 meses.


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Minha vida, nosso mundo. Parte II: o coletor menstrual.

O coletor menstrual!

Pouca gente conhece aqui no Brasil o coletor menstrual, porém o danadinho está conquistando a mulherada. Eu mesma fui conquistada por ele!
Quando comecei a pensar nas fraldas de pano, logo eu juntei os planos e pensei: como lutar pra usar fralda de pano, mas usar absorvente? Não são praticamente iguais? Não ficaria contraditório?
Então, saí em busca de solução!
Eu não queria nada que me desse a sensação de molhado ou volumoso, e encontrei o coletor!
A principio fiquei receosa, achei estranho, nojento, não aceitei muito bem a idéia! Mas fui pesquisar, conversar com outras mulher, descobri uma comunidade no orkut só sobre eles, e na maioria dos casos satisfação absoluta!

Então vamos lá!!!

Imagine quantos absorventes uma mulher usa durante toda a vida. E infelizmente ela e uma grande geração irá morrer e os ABS estarão aqui!

Vantagens

O coletor menstrual nada mais é que um copo de silicone, bem macio, amoldável, que introduzido no canal vaginal forma um vácuo. Diferente dos absorventes ou tampões ele coleta o fluido menstrual e não absorve, o que acontece mais com os tampões que absorvem cerca de 35% de seu conteúdo em líquido corporal o restante é fluido menstrual. Além disso não interfere no PH e na flora vaginal.

O coletor é muito aceito em mulheres que tem alergia ao absorvente. Eu particularmente gosto pq com ele eu posso fazer atividades físicas sem correr o risco de me machucar, e pasmem não vaza nadinha, se colocado corretamente. E o melhor de tudo se não nos lembrarmos facilmente esquecemos dele, pois não se sente ele, é como se vc não estivesse menstruada!!
Eu nunca usei absorventes internos pq eu tenho medo de cair naquela porcentagem baixa e morrer devido a Síndrome do Choque Tóxico, pq eu sou esquecida. Essa síndrome é rara, porém é fatal, e acontece pela liberação de toxinas quando se usa tampões por períodos prolongados. Não se observa quadros como esse com o uso do coletor.
Os fabricantes informam que pode usar durante até 12 horas seguidas sem precisar retirar, porém alguns ginecologistas informam que o ideal é tirar pra lavar a cada 4 ou 6 horas (o recomendavel para qualquer absorvente).
Falando em lavar está aí a grande duvida da mulherada, como funciona isso??
Simples, durante o uso é só tirar o coletor, lavar com água corrente e coloca-lo novamente até o final do ciclo. Quando terminar o ciclo é só lavar, ferver e guardar, e no início do próximo ciclo é só ferver antes de usar, e durante o ciclo é só lavar!

Entao, os benefícios são:
- Economia: Os coletores duram 10 anos em média. E custam mais ou menos R$60,00.
- Consciência corporal: Se vc acha que tem um fluxo gigante vc vai se surpreender, é pouco sangue. O que acontece é que o sangue reage com o gel do absorvente e dá aparência de uma hemorragia menstrual, na verdade não é assim. Eu fiquei boba de ver
- Consciência ambiental: o único descarte é o fluido menstrual. Depois da vida util vc manda ele pra reciclagem
- Portabilidade: é pequeno cabe em qualquer lugar
- Conforto: nao causa sensação de peso, não incomoda pra urinar, andar, dormir, fazer atividade física, na verdade nem sente.
- Baixo risco de infecções
- Comodidade: tem capacidade muito maior do que os tampões ou absorventes. Permitem um uso mais seguro de vazamentos
- Higiene. Nada de absorventes fedidos, com o coletor não há odor desagradável.


Possiveis dificuldades:
-Vazamento: Se não colocado adequadamente pode vazar.
- Dor: Se sentir dor para colocar ou durante o uso pode ser que o coletor esteja mau posicionado. Sua presença nao deve ser sentida.

O tamanho depende do fabricante e das características de cada mulher. Antes de comprar veja as indicações dos fabricantes!
Coloco aqui alguns coletores que sao vendidos no Brasil
- Meluna
- MissCup
- Moon Cup
- Lunette
-Diva Cup

Na minha opinião valeu o investimento. Estou muito satisfeita com meu coletor. O legal é que quando a gente se livra de certos conceitos, e se abre para o novo um mundo de possibilidades se abrem. Se eu tivesse ficado naquela sensação de estranheza eu não teria conhecido e gostado, não estaria satisfeita por deixar de usar absorvente que poluem e que me incomodavam. Hoje vivo de  forma diferente meus ciclos e com mais consciência corporal! A minha dica é de que vale a pena!!! Deixo um vídeo pra vcs conhecerem melhor!!!
Quem quiser saber mais fique a vontade para fazer perguntas...
Um abraço


Thaiane


sábado, 27 de outubro de 2012

Minha vida, nosso mundo. Parte I: Fraldas de pano reutilizáveis!

Há um bom tempo venho querendo escrever sobre a nossa rotina daqui de casa. Desde pequena sempre adorei estudar os animais, meio ambiente, ecologia, e tudo o que há do lado de fora da caixinha.
Portante decidi fazer algumas postagens abordando o assunto: Minha vida, nosso mundo! E farei 4 posts abordando como fazemos para mantermos nossa rotina tranquila, saudável, confortável e minimizar o impacto ambiental e o sofrimento animal.
Começarei com esse post falando sobre Fraldas Reutlizáveis!
Acompanhem minha entrevista para o programa Mamães e Negócios da Camila Viver BemBom!


Tenho a intenção de com esse post discorrer sobre os motivos que me levaram a utilizar as fraldas de pano, e esclarecer dúvidas sobre os materiais, lavagem, modelos, etc.
Quando meu sobrinho nasceu há 06 anos, eu não tinha sequer noção sobre a existência das fraldas de pano modernas, e pensava que jamais eu colocaria minha barriga no tanque pra lavar fraldas, afinal as descartáveis estavam aí pra facilitar a nossa vida. Pensava, nossa que louca minha mãe que lavou fraldas de três bebês.
Mas como a realidade é bem diferente na prática, não era nada como a imagem feliz, de minha irmã jogando as fraldinhas no lixo, e dizendo adeus, e puff elas evaporam, e vão pro céu das fraldas descartáveis. Eu vi as sacolas de lixo com fraldas, milhões de fraldas, que na verdade não evaporam, elas ficam aqui por gerações e gerações, contaminando nosso mundo, nosso solo, nossa água. São 450 a 600 anos para sua decomposição, minha irmã já vai ter ido embora para o céu das mães que jogam as fraldas no lixo, assim como uma longa geração dela, mas as fraldas ainda estarão no presente, enquanto ela ficou lá no passado.
Quando estava grávida eu me pegava pensando a respeito do mundo em que eu estava colocando meu filho, e também que filho eu estaria colocando no mundo. E como os pais são espelhos dos filhos, e o que conta é o exemplo não o papo mole, eu comecei a me dedicar alternativas para que o meu pequeno não fosse mais um contribuinte do volume de fraldas descartáveis!

Vamos as contas:
- são utilizados em média 4  mil fraldas durante os 2 primeiros anos de vida de uma criança. No entanto, uma grande parte das crianças, as utilizam além dos 2 anos, algumas chegando até os 4 anos de idade.
Fazendo um cálculo, avaliando somente os custos $$, uma criança que utiliza fralda descartável somente nos dois primeiros anos gastará em média R$2.420,00, somente com fraldas descartáveis. Para este cálculo considerei uma marca de qualidade e que custa R$16,00 o pacote com 36 fraldas. supondo que o pacote com 36 fraldas, custe R$16.00

- em média 5 árvores são abatidas para produção destas fraldas;
- O prazo de decomposição varia de 450 a 600 anos;
Isso por criança, imagina somente a minha irmã, que é mãe de duas crianças, colocou no mundo uma média de 11000 fraldas descartáveis que irão poluir durante anos e anos. Agora pensa numa voltinha no shopping o número de bebês passeando alegremente com suas bundinhas em fraldas descartáveis. E pensa ainda mais no número de crianças que usam fraldas por mais de 2 anos. Ai eu passo mal de pensar nisso!
Além de tudo as danadas favorecem o desmatamento, pois são necessárias centenas de árvores para extração de celulose. E pasmem há derivados do petróleo.
Daí eu decidi, meu filho irá usar fraldas de pano. Sim, estava disposta a usar aquelas fraldinhas brancas do tempo da vovó, com calça plástica, e usei nos 2 primeiros meses de vida do Nico. 
Mas existem um milhão de tipos de fraldas modernas disponíveis no mercado, eu mesma virei degustadora de fralda. E digo elas são muito fáceis de cuidar, não perco nem 5 min do meu dia cuidando delas, e o meio ambiente e o bumbum do meu filho agradecem.

Vamos lá:

Modelos
Capas- parte externa da fralda, uma versão power da calça plástica de antigamente!!!
Absorvente (recheio)- faixas de tecido com poder de absorção, podem ser de algodão, microfibra, bambu, etc..
Fraldas All in one (AIO)- como nome já diz, ela vem pronta, a capa com o(s) recheio(s) costurados tudo junto. A vantagem é que vc não precisa ficar montando a fralda, a desvantagem é que demora mais pra secar.
Pocket- tem um bolso, pra vc colocar o recheio dentro. Vantagem é desmembrável, portanto seca mais rapidamente, a desvantagem é que ocupa mais espaço no varal e tem que montá-la após a lavagem.
Todas as minhas fraldas são pocket, pq além de morar em apartamento e demorar pra secar, eu gosto de variar os absorventes em tipos e quantidades!
Ainda há a opção de o fechamento da fralda ser em velcro ou em botões. A experiência aqui em casa com o velcro não foi muito boa, pois gruda nos pêlos do peito do papai e machucou a barriga do Nico. As de botão não tive nenhum problema.
Tem as fraldas de pano por tamanho definido P, M, G e tem as fraldas tamanho único que crescem com a criança por meio de abotoamento. Eu só tenho fraldas tamanho único!

Tecidos internos:
Algodão: Tem boa absorção, mais difícil dar reações alérgicas, porém deixa o bebê molhado, necessita de trocas mais frequentes. 
Soft/fleece/suedine/bambu/charcoal/etc: material mais sintético, mas não retém o xixi, deixando o bumbum sequinho. Só não vale esquecer que por baixo dele tem um absorvente cheio de xixi, por isso não se deve deixar pra trocar a criança por períodos muito longos. Eu troco o Nico a cada três, quatro horas. Somente a noite que ele chega a dormir 12 horas seguidas, e babem, não vazam, e ele acorda com o bumbum sequinho, mas a fralda pesando 1 tonelada!!!!

Recheios:
Todo tecido que tiver poder de absorção, pode ser usado como recheio. Vamos aos mais utilizados
Algodão: O mais comum são as velhas fraldas cremmer. Podem ser utilizados em contato com o bumbum do bebê, ou dentro do bolso da fralda. Lembrando que se estiver em contato com o bumbum, ela perde a característica sempre seca, e o bebê vai se sentir molhado.
Bambu: ótimo poder de absorção, tecido feito a partir das fibras de bambu. Pode ser usado em contato ou dentro do bolso da fralda
Microfibra: Absorvem 8x mais que o algodão, é indicada para as crianças que fazem muito xixi. Não podem ficar em contato com bumbum do bebê, portanto só podem ser usadas no bolso da fralda, ou se estiverem encapadas com algum outro tecido.
Zorb: eu o acho superior que a microfibra na absorção. Ele é 20x mais rápido na absorção do que o algodão, e não impregna residuos.
Canhamo: também tem boa absorção, mas é proibido no Brasil por ser feito pelas fibras da maconha. pode ser utilizado junto ao bumbum do bebê. Eu acho sua absorção um pouco inferior ao bambu e microfibra, porém se unido a microfibra, fica um poder de absorção legal.

Porque a fralda de pano moderna não vaza como as de antigamente?
O segredo está no absorvente, conforme comentado anteriormente, os quais tem poder de absorçao superior aos de algodão. No entanto as fraldas de hoje, na parte externa, vem acoplado um plastiquinho. Para as fraldas importadas, a maioria das fraldas sao feitas por pull, que além de impermeáveis são respiráveis. O que a deixa mais fresquinha!!

Lavagem:
- Aqui eu vou juntando um tanto bom de fralda, uso umas 8 fraldas por dia. Lavo a cada dois dias, então tenho uma média de 16 fraldas por lavagem. Junto tudo, dou um enxague na máquina. Quando a troca da fralda tem cocô eu o retiro com um jato forte de água se estiver grudado na fralda, se estiver sequinho, jogo no no vazo e coloco em um balde com tampa, e vou juntando as fraldas. Depois vai tudo pra máquina, com o mínimo de sabão!
Uma coisa que eu gosto de fazer para economizar água é usar a água do banho do Nico para dar o enxague, e as vezes caso necessário deixar um pouco de molho.
Eu gosto de eventualmente fazer uma lavagem sem sabão, utilizando vinagre que desodoriza e atua como antiséptico e as deixa bem macias. O uso de bicarbonato deixa as fraldas branquinhas.
E gente, sério, sou mãe, esposa, dona de casa, enfermeira, doula, consultora em amamentação, produzo slings, blogueira, e consigo lavar fraldas. Não perco cinco minutos do meu dia com isso. Pode parecer que vc vai virar escrava do tanque, como antigamente, mas se vc tive máquina em casa o processo é muito tranquilo. E o meio ambiente agradece!

Quais cuidados devo ter com minhas fraldas?
- Não utlizar pomadas, amaciante, excesso de sabão. Isso tudo impermeabiliza a fralda, o que ocasiona vazamentos.
Como é tecido, é mais difícil a ocorrência de assaduras, dispensando o uso profilático de pomadas. Mas caso ocorra, eu gosto de dar banho com chá de camomila e calêndula, que acalma a pele. Tem a pomada de calêndula da Weleda que se usada em pequena quantidade não ocasiona problemas, e aloe vera em gel da Forever. Se a assadura estiver muito grande, eu coloco as fraldas cremer, ou deixo peladinho, com lanolina pura (santo remédio).
Não há necessidade de passar a fralda a ferro, pois isso não mata a maioria dos germes e amassa as fibras, o que também compromete a absorção.

O que fazer com as manchas?
-Sol.  Se tiver feia a coisa, pode-se usar água oxigenada 10vol + sol.
Cuidado com o excesso de sabão, ou qualquer outro alvejante. Uma fralda impecavelmente limpa pode estar escandalosamente impermeável. Se cuidar bem delas, vc as terá limpas, sem machas e funcionantes. E acreditem, o cocô quase não mancha, pq ele não é tão absorvido por elas. Diferente das fraldas de algodão, que aí só o sol pra ajudar!!!

Mas e a água pra lavar? Não gera impacto no meio ambiente?
A resposta é Não! Nesse blog aqui há um post só falando sobre isso, clique aqui.
E não podemos esquecer que para a produção das fraldas descartáveis são gastos muitos litros de água.


Benefícios
- Promovem um conhecimento maior sobre o ritmo de evacuação do bebê. As mães que usam fraldas de pano conhecem melhor as características, quantidade e alterações das eliminações;
- São muito mais econômicas
- São extremamente mais bonitas;
- São muito mais frescas;
- Economia com pomadas, pois o aparecimento de assaduras é menor;
- Desfralde mais facilitado e cedo.

A minha intenção em falar sobre esse assunto é trazer esse mundo a tona, pois muitas mãe desconhecem essa possibilidade. Acredito que há a necessidade de uma reflexão sobre o tema, afinal é o nosso mundo. Faço lembrar que não há necessidade de ser uso exclusivo, você pode intercalar o uso, ou só usar a noite, etc, com essa atitude você já ajuda o planeta reduzindo o seu volume de lixo! Vale a pena conhecer um pouco mais e experimentar, eu não troco por nada e sou muito feliz com as nossas fraldas!!!!

Abraços
Nico e sua fralda de tigrinhos!


Thaiane!!!










quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Sling com segurança!

O que você precisa saber sobre Sling!
O Sling é um carregador de bebê artesanal e não estruturado. É não estruturado, pois ele se amolda ao corpo e coluna do bebê, não tem superfícies rígidas. São seguros e confortáveis tanto para o bebê, quanto para quem o carrega! Portanto o canguru e a baby-bag (sling da Cláudia Leite) não são slings, pois são estruturados e sua produção é industrial.
Quanto antes começar o uso mais o bebê se beneficiará dele. Ele pode ser usado desde o nascimento até mais ou menos 20kg, não é incomum vermos mães carregando seus filhos com mais de 2 anos no sling. Se você carrega seu bebê no colo, seu sling é bem confeccionado, você pode carregar seu filho no sling.
Sling de argola
A grande preocupação é que o sling está em evidência no Brasil e muito fabricantes andam se apropriando disso somente com intenção de vender, e os resultados a gente vê diariamente andando nas ruas, slings de má qualidade, com argolas e costuras inadequadas, tecidos de baixa qualidade, e muitas vezes quem o vende sequer sabe utiliza-lo.
O sling é um carregador seguro desde que usado corretamente, procure obter informações sobre seu uso correto, tire dúvidas com fabricantes, amigas que utilizam, procure slingadas em sua região para tirar duvidas sobre as amarrações, posições, qualidade do material, tipos de sling e etc, com isso além de você conseguir muitas informações sobre esse ítem maravilhoso, você ainda faz amigos e desfruta de boas conversas.
Wrap Sling Mamãe Sunny
Basicamente devemos tomar cuidado ao comprar um sling de argola em observarmos se o tecido é resistente e fresquinho, se as argolas são resistentes e estão dentro das recomendações estabelecidas para uso seguro em slings, e se a costura é reforçada e atende as especificações de segurança.

Para saber mais sobre segurança do sling de argola, clique aqui .
Já para o wrap o tecido não deve ser demasiadamente elástico, se for muito elástico o uso vai ser desconfortavel, o tecido fica cedendo, e você terá dificuldades em fazer um ajsute adequado e o bebê vai ficar baixo, o que é desaconselhado, slém de ficar batendo nas suas pernas o que o deixará perigoso.
Quanto ao pouch devemos ter cuidado quanto ao tecido, costura e o tamanho que tem ser ideal para quem carrega e para o bebê.
O uso do sling deve ser livre de desconforto para ambos, se estiver desconfortável causando dores nas costas e pescoço provavelmente o uso está inadequado.
Fiquem a vontade para pedir maiores informações
Abraços
Thaiane


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A doula que vive em mim

Você sabe o que é doula?
Mulheres ajudando mulheres a darem a luz com respeito e dignidade. Amparando com suas quentes mãos o corpo cansado de uma mulher que vivencia um turbilhão de emoções e hormônios. Com um toque ameniza dores, trás segurança e força para enfrentar a próxima contração. Com um sorriso no rosto sinaliza a vinda do bebê. A sua invisibilidade no momento do nascimento é o toque mais puro que uma mulher dando a luz espera, a força sem agressividade, o olhar sem cobrança, o toque sem pressa, as palavras de amor.
Confiram a breve entrevista que ofereci ao Programa Mamães e Negócios com a linda Camila Mamãe Viver BemBom, o site dela é este aqui: http://viverbembom.com.br/

Abraços e espero que gostem!!!
Thaiane

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A dor do parto e seus símbolos!

 
Sempre quando surge o assunto parto normal em uma roda de conversa alguém me pergunta:- Como é a dor do parto? E eu sempre respondo como um sorriso no rosto, a dor é doída, mas é boa!
E sempre fica um olhar surpreso e aquela interrogação na cabeça: "É doida a menina?".
A dor do parto aumenta em intensidade conforme o trabalho de parto vai evoluíndo! As contrações, começam de mansinho, com uma distância boa entre elas, e vão se aproximando, ficando mais intensas e dolorosas.
As contrações são dolorosas porque elas representam o útero contraíndo e relaxando, o que ajuda a abrir o colo do útero e a empurrar o bebê para então acontecer o nascimento. Simples, porém profundo e complexo. todo esse processo é único em cada mulher, cada um experimenta uma vivência diferente, um incômodo diferente, assim como um prazer e alegria distintos. As sensações também são diferentes em cada estágio do trabalho de parto. No início  frequentemente as mulheres relatam dor como cólica menstrual que vai evoluíndo em intensidade.
Eu comecei  a ter contrações uns 3 dias antes do nascimento, era uma cólicazinha que eu ignorava a sua existência, coloquei em minha cabeça de que quando fosse parto eu não sentiria dúvida, e continuei minha vida normal. Em alguns momentos eu parava pra respirar quando vinha alguma mais forte, mas sem olhar para o relógio, sem me preocupar, afinal de contas era meu útero trabalhando.
No dia em que o Nico nasceu, ás 8:00 da manhã eu estava a caminho do Despertar do Parto, para aula de yoga com a queridissima doula Eleonora, quando  no caminho um cólicazinha chata, e um pouco de náuse, claro que eu continuei choramingando no maior mau humor que esse bebê não nasceria antes de 42 semanas. Fiz yoga, almocei, saí pra fazer compras no supermercado, tive uma contração no supermercado que me fez fingir que caiu algo no chão só pra eu poder me abaixar, e nesse momento eu estava no telefone falando pra minha irmã vir pra minha casa tranquilamente, pois ele iria demorar pra nascer. Nem preciso dizer o quão sossegada eu estava com essa questão de parto.
Cheguei em casa, guardei as compras, e no chuveiro veio uma contração que eu não podia negar, era parto. Mas fui colocar roupas no varal, liguei para o marido, doula, parteira dizendo que estava no começo e que eu iria sair mais tarde para tirar fotos, então vida normal para todos. Cinco minutos se passaram mais uma contração, e todos os planos foram por água abaixo, ligo para todos dizendo que o bicho tava pegando e que eu queria todos comigo, rs!
Marido chegou 30 minutos após o telefonema e me encontrou apoiada na cama em cima de uma montanha de travesseiros, já urrando nas contrações. Quando ele chegou o trabalho de parto estava gostoso, eu sentia meu corpo funcionar, entre uma contração e outra eu contava piada, dizia  o quanto eu estava feliz pelo momento mais esperado da minha vida, refletia sobre o que estava acontecendo e o que estava por vir. Chorei de alegria, meu filho estava chegando, em breve o teria nos braços, em breve eu não estaria mais grávida. Léo chegou um tempo depois e ainda me viu "acordada" durante o trabalho de parto. Essa fase do TP é maravilhosa, dá pra refletir, sentir as contrações que já são fortes, mas não tão intensas. Aos poucos fui aprofundando, mergulhando em uma contração e outra, meu corpo reagindo bravamente, e elas foram ficando intensas, intensas, intensas, fortes, selvagens.
Perdi toda noção do tempo, e me lembro de perguntar pra Léo o motivo de doer tanto se eu ainda estava no começo, ingenuidade a minha, estava com 8cm de dilatação, estava praticamente no olho do furacão, e ele me olhava e eu precisava encara-lo.
Nesse momento minhas respostas começaram a ficar lentas, já não era capaz de responder sim ou não, e não queria responder, eu queria ficar em paz, queria mergulhar dentro de mim.

Esse processo é descrito na fisiologia, durante o TP são liberados três hormônios, que são a ocitocina (contrações), endorfina (anestésico natural) e adrenalina (liberada em situações de medo, fuga). Se houver um bom balanço hormonal a ocitocina e endorfinas estarão em alta, e a adrenalina estará em menores doses. Para isso a mulher precisa se sentir segura, confiante, com privacidade, apoio físico e emocional, para não ocorrer prejuízos na produção da ocitocina, portanto o ambiente deve estar de acordo com as necessidades da mulher, ele deve ser confortável, quente, de preferencia com baixa luminosidade e sem pessoas falando do futebol, da novela e afins. Sendo assim a mulher relaxa mais e desliga o neocórtex que é a parte racional do cérebro, passando a ser mais instintiva. Fato esse desconhecido ou ignorado por muitos profissionais da saúde.

Nesse momento eu me senti como um barquinho que quando tentava velejar (intervalo) vinha uma onda forte e o derrubava (contração) e isso começou a ser muito cansativo e doloroso. Então me lembrei, eu deveria ser o mar, pois as ondas não podem derrubar o mar. E passei a aceitá-las, permiti que elas percorressem todo o meu corpo, eram elas que iriam trazer meu filho pra mim, minha função ali era passar por cada uma delas, e permitir que elas passassem por mim. Foi um grande mergulho interno, foi a única vez na minha vida que eu realmente consegui entrar em mim, e conhecer a fera que vive ali dentro, e a sensibilidade feminina que também vive ali. De olhos virados, nua, gemente, uma cena que a maioria das pessoas não estão prontas para ver, pois nossa sociedade não consegue compreender que o parto não é sofrimento, e que o grito de uma mulher parindo é um grito da alma, é um grito de libertação, eu me encontrei, na forma mais bruta, não lapidada, eu vi o quanto eu sou forte, o quanto meu corpo é forte e meu filho também, ali eu vi a mãe que estava pra nascer.
O parto simbólicamente é um ensaio da maternidade, ele precisa ser selvagem, intenso, pois ele é um rito de passagem, nenhuma transformação é isenta de dor e de sacrifícios, mas ela não precisa ser sofrida. Eu pari com dor, mas pari sem sofrimento.
Quando digo que o parto é o ensaio da maternidade é um simbolismo de toda uma vida. As contrações não pedem licença, elas não pedem sua autorização para aumentar a intensidade, elas não querem saber se você está preparada e elas não dão trégua  (apesar de eu ter pedido várias vezes 10 minutos de descanso, claro que não fui atendida), não tem como voltar atrás, só há uma única saída, encarar, se permitir, deixar as contrações percorrerem teu corpo, pois quanto mais lutar contra elas, mais elas lutarão contra você. Essa é a posição de que? Da filha, oras, nós filhas pedimos 10 minutos de descanso, nós desistimos quando algo está intenso demais, damos meia volta quando vemos uma montanha muito grande, desistimos, choramos, somos imaturas. A mãe não, a maternidade é selvagem, ela não pede permissão, uma febre de madrugada não pede autorização, os problemas com os filhos dos mais diversos não tem como contornar, ela segue seu curso, e ou você encara ou a maternidade passa por você, ou claro, você delega ela a terceiros. 
Viver a dor do parto pode ser a experiência mais fantástica da sua vida, se você se permetir, e se permitirem que você possa ter essa experiência, não precisa ser sofrimento.
E depois vem o presente, o bebê, no expulsivo a gente encontra um bônus de força, a mulher acorda e vira uma fera, pra colocar o bebê pra fora, e daí vem o momento sublime, o sorriso cansado mais lindo, eu adoro ver o sorriso cansado de mulheres que pegam seus filhos pela primeira vez nos braços, ainda conectados ao cordão, suadas, desabeladas, ofegantes, chorando e sorrindo. Isso faz tudo valer a pena, e depois fica um gostinho de que é forte, e que você tem força pra encarar o que vier pela frente!.


Quer uma dica?
Procure ajuda na gravidez, se informe, prepare seu corpo e sua alma, livre-se do medo, procure uma doula, e acima de tudo seja feliz, não entregue a experiência mais sublime da sua vida na mão de terceiros, não delegue seus sonhos!!!!

 Quando eu digo dos símbolos do parto, é o que ele signifca pra mim. Eu sinceramente, não acho que a mulher que não tenha passado por todo esse processo não vá viver a maternidade com a alma, eu só disse dos símbolos que uma contração trás na nossa vida, é um preparo, não o fim.

Abraços



Thaiane


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Entrevista sobre Sling

Oi Pessoal, adorei dar entrevista pra Camila, no programa Mamães e Negócios! Aproveito pra postar aqui a matéria que fala sobre o uso do sling, seus benefícios e ainda ensina como fazer a amarração tradicional do sling!! Em breve teremos mais!!




Grande abraço, e espero que gostem!!!
Detalhe no Nico aprontando todas, como sempre. Lindo da mãe!!!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

I Fraldada e Slingada de Ribeirão Preto


Nossa gente, depois de muito tempo querendo fazer, mas sempre acontecia alguma coisa, agora decididamente acontecerá no dia 08/09/2012 às 09:00 no parque Carlos Raya a I Fraldada e Slingada de Ribeirão Preto. 

O que vai ter lá?
Será um encontro de mães, pais, familiares, e pessoas que simpatizam com o assunto, no estilo piquenique. Isso mesmo, é um encontro pra gente discutir sobre as fraldas reutilizáveis, como elas são, como funcionam, como lavar, marcas, modelos, onde encontrar, benefícios, meio ambiente e economia! E também sobre os slings, abordaremos os benefícios, como usar, onde encontrar, modelos, segurança, etc.
Venha participar desse encontro, na manhã de sábado, ao redor de muitos bebês e trocar idéias, experiências e fazer amizades. Não esqueça de trazer um petisco e uma canga pra sentar no chão!!!
Espero a presença de todos!!
Um grande beijo e até lá!!! Segue o link do evento!

http://www.facebook.com/events/302376983203686/
Thaiane

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Atenção na hora de comprar sling de argola!


Nico e eu slingados.


Pessoal fiz este post, pois ando vendo MUITOS erros de confecção horrendos em slings de argola!
O sling de argola é um ótimo carregador de bebês, simples, prático, e econômico, porém necessita de um olhar minucioso na hora de comprar. O fabricante de sling de argola deve ter conhecimento das normas de confecção para uso seguro. Vou citar alguns pontos importantes:

Argolas:

Ando vendo muitos slings com argolas de acrílico ou de ferro com emendas, até argolas de cortina e fivelas de cinto. CUIDADO, com segurança não se brinca. Argola de ferro não são indicadas, mesmo que estejam soldadas, pois essa emenda por mais lisa que seja faz fricção com o tecido o que ocasiona furos no tecido, e daí para rasgar o sling é um pulo. 
Só essa semana vi uns 8 slings de argola que me deixaram de cabelo em pé!
As argolas indicadas são as de nylon injetado, de aço inox cilíndrica, sem solda, sem emenda e sem serem achatadas, e as de alumínio. NÃO PODEM ser de ferro, acrílico, madeira, plástico.

Costura

Vejo slings maravilhosos com costuras bordadas e slings com costura retas, não importa se é reta ou bordada, apesar de as bordadas serem mais firmes,  mas precisa ser no mínimo 3 costuras no local onde se fixam as argolas. Estas costuras devem ser individuais, no caso de alguma romper, haverá outras pra segurar!
Detalhe da costura, Mania de Sling by Dida.


Resumindo:
NÃO PODE:
-Argolas abertas, com emendas, soldas (mesmo se estiver bem lisa),ocas, de metal banhado, de madeira,plástico, acrílico, etc...


PODE:
- Argolas de alumínio (próprias), de nylon injetado, de inox... Todas SEM emendas
- Costuras individuais, bordadas ou retas, tendo ao menos 3 costuras reforçadas nas bordas.

Sempre que você ver uma mãe usando um sling que não esteja adequado alerte-a, isso pode evitar problemas!
E aproveite o seu sling.
Abraços
Thaiane

Referência: 
http://slingseguro.wordpress.com



terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cama compartilhada, uma opção na minha vida!

Hoje vou abordar um tema quente entre 101% das mães, o local do sono dos bebês. O que lá do outro lado do globo é natural, aqui é tabu! Eita cama assassina, formadora de bebês dependentes, e coisa de mãe preguiçosa. Pasmem, eu já ouvi isso várias vezes!!!
   É tão proibido falar em nossa sociedade, devido aos narizes tortos, os olhares reprovadores, o biquinho de tadinha, que a maioria das mães mentem, ou omitem que seus filhos dormem com elas a noite toda, parte da noite ou em algumas ocasiões.   Pois eu vou falar publicamente, em 15 meses de vida, o Nico NUNCA dormiu sozinho a noite. E isso já estava decido antes mesmo do nascimento dele. Vou falar um pouquinho mais sobre os motivos dessa decisão.
 
  Mas antes de mais nada quero deixar MUITO CLARO, que eu não tenho a intenção de propagar a idéia de que todas as mães devem dormir na cama com seus filhos, cada mãe é única, singular, assim como cada criança! Dizer que isso deve ser assim ou assado, é colocar todo mundo numa mesma caixa, e deixar de valorizar o que cada um tem de especial! Se o bebê dorme bem no berço sozinho no quartinho dele, e a mãe dorme bem no quarto dela, não há motivos para se preocupar. A minha intenção com essa postagem é trazer esse assunto polêmico de uma forma humana e científica, e desmistificar a questão da cama compartilhada com a formação de crianças dependentes, e outras coisas.
   Primeiro vou dizer o que minha experiência como mãe me ensinou!
   Eu escolhi a cama compartilhada porque eu gosto, meu marido gosta, meu filho gosta, nós gostamos, e vivemos muito bem com isso!    Assim que o Nico nasceu ele já veio dormir na cama, eu encostei a cama na parede e ele dormia ali, entre a parede e eu. Mas, como nessa época eu ainda não estava acostumada, e tinha medo de dormir em cima dele, eu coloquei um bercinho de camping do lado da cama e ele dormia ali, e se acordasse a noite viria para a cama com a gente. O tempo foi passando e a gente foi se acostumando, desmontamos o berço que só estava tomando espaço no quarto, e assumimos que o seu quarto era ali, com a gente.
  Coloquei um colchão no chão do lado da nossa cama, e quando não tem ninguém na cama, ele dorme ali, o que também favorece a autonomia, uma vez que ele acorda, levanta e sai andando pela casa! E eu digo que eu durmo muito melhor com ele na cama, a amamentação é facilitada, uma vez que não preciso me levantar para amamentar, ele acorda sente a nossa presença e dorme novamente, é uma delícia dormir agarrada nele, sentindo o cheirinho de suor da cabecinha dele!
   Portanto se alguém viesse me dizer para eu coloca-lo longe de mim, e eu o fizesse, isso seria muito ruim, pois eu não sou assim, não consigo imaginar o Nico tão pequeno, ainda mais quando era recém nascido, dormindo sozinho em outro quarto. Com certeza eu iria acordar mil vezes preocupada e meu sono seria muito ruim!
  Aqui está a minha visão do berço com a cama compartilhada http://www.thefoodoflove.org/breastfeed-in-your-sleep.htm  Thaty, minha irmã, me perdoa? Quando meu sobrinho nasceu, e eu fui lá pentelhar visitar. minha irmã o colocou na cama para dormir, e todas as sirenes tocaram, nasceu em mim uma leoa louca, que gritou: "tire esse menino daí, senão ele nunca mais vai dormir sozinho. Você vai criar uma criança dependente", graças a Deus ela não me deu ouvidos, e quem conhece o Thi sabe, o quanto ele é inteligente, independente e feliz. Mas, hoje eu olhando para esse dia eu vejo que eu estava repetindo o que as mães mais velhas falavam nas rodas na vizinhança, eu sem pensar criticamente, assumi  aquilo como uma verdade e reproduzi como uma monstrenga em cima da minha irmã. E vejo que isso é o que acontece com a grande maioria das pessoas!!!
 
 Pra  MIM, somente a mim, não faz sentido colocar meu filho para dormir longe de mim, quantas noites ele dormiu em meu ventre, ouvindo minha respiração, meu coraçao, e tudo mais, e só porque ele nasceu eu devo coloca-lo lá longe? Sendo que é esse o momento em que ele mais precisa da minha presença, pois ele chegou num ambiente estranho, com tanta coisa diferente. Teve que aprender a respirar, se adapatar a coisas estranhas chamadas fome, dor, frio, insegurança, medo, e além disso tem que aprender a engolir o choro e dormir sozinho, a noite toda pra mamãe ficar feliz.
- Mães mais velhas e experientes, pediatras ocidentais, e etc, eu tenho que dizer a vocês, isso não faz parte de mim, Nico fica na minha cama!
   Se formos pensar há milhares de anos, em que lugar dormiam as crianças?? Na caverna ao lado da caverna da mãe? Ou dormiam juntos, para se aquecerem no frio e para serem protegidos dos  predadores? É, não só dormiam com as mães, a criança nessa época, como dormiam a tribo toda, juntos. E eu estou aqui escrevendo isso para vocês, algum antepassado meu dormiu numa caverna com uma galera toda, e eles eram notáveis caçadores, e não pediam ajuda à suas mães para caçar, afinal a mãe ficava em casa esperando o rango para matar a fome da mulecada!
   Ok, não moramos nas cavernas há muito tempo. Mas há alguns séculos as casas não tinham cômodos, dormiam todos juntos, não havia o quarto do bebê e o dos pais, era tudo uma coisa só. Tá, mas agora moramos em casa, com vários cômodos. Sim moramos, mas a nossa genética é a mesma da mãe uga-uga das cavernas. Nós mães instintivamente queremos atender o choro do nosso filho, protege-los de predadores, dormir com eles. E nossos filhos instintivamente precisam de nós para não serem devorados, ou passarem fome, frio etc. O que mudou?? Mudou é que nós adultos temos plena coerência de que nenhum predador vai vir pegar nosso filho no berço, que nao o deixaremos passar fome, que não há perigo, que a manta irá protege-lo do frio, mas o nosso pequeno e amado ser, não sabe disso, simplesmente por não ter maturidade neurológica, ele é só instinto, o mesmo do bebê uga-uga lá de trás!!!
 
  Além disso, um estudo realizado por pesquisadores do Departamento de Neurologia da Califórnia concluiu, que dormir com ou perto do seu bebê melhora a qualidade do sono dos pequenos, os bebês acordam menos e reduz o risco de morte súbita do recém-nascido, o que vai na contra-mão do alarmismo médico e cultural aqui no Brasil. E eu confirmo, eu acordo várias vezes com o Nico tateando o colchão, e ele encontra alguém encosta e dorme de novo.
    O bebê que dorme com a sua mãe, tem menos cortisol circulante em sua corrente sanguínea, ou seja ele sofre menos estresse, e o contato com a mãe o faz secretar ocitocina que é o hormônio do amor. (Waynforth, 2007). Lindo não?
   Tá, Thaiane, é lindo, mas eu não quero meu filho dependente! Mais um relato importante, bebês com baixa carga de cortisol (estresse) e maior carga de ocitocina são mais dispostos da conhecer o mundo. Além do mais a criança que se sente segura, que sabe que tem proteção ela tende a explorar mais o ambiente porque ela sabe que tem que a conforte. Com isso tudo você oferece senso de segurança e sensações duradouras de conforto e proteção.
   Exemplo:
   Quando vamos a um parque de diversões e queremos ir no trem fantasma, se estamos sozinhos sentimos um pouco mais de medo, se estamos com uma turma de amigos, o medo diminui ou vira festa com os mostrengos. Nós somos seres sociais!!!   Quanto a questão de segurança, existe um manual só para isso. Mas o mais importante, é não beber bebidas alcoólicas ou medicamentos que alteram a capacidade cognitiva dos envolvidos! Abaixo coloco algumas dicas de segurança, que se você observar, a maioria delas vale para os bebês que dormem na cama, no berço, na rede, no chão, ou seja são universais.
Dicas de Segurança para Cama Compartilhada
- Não use nenhum tipo de droga que possa afetar seu sono (álcool, tranquilizanres, antidepressivos, drogas ilegais, etc)
- Nunca fume no quarto onde o bebê dorme
- Use um colchão firme
- Tome precauções para que o bebê não caia da cama
-Evite fendas entre a cama e a parede. Tenha certeza de que há um encaixe perfeito entre o colchão e a parede, e a cabeceira.
- Nunca coloque um bebê em um travesseiro
- Sempre coloque seu bebê para dormir de costas- Não use edredons
- Não coloque na cama nenhuma bichinho de pelúcia ou de verdade
- Não durma com seu bebê se você está obeso
- Prenda seu cabelo se ele for muito longo
- Nunca deixe seu bebê compartilhar a cama com outra criança
- Não coloque seu bebê próximo a cortinas com cordões pendurados
- Nunca deixe o bebê sozinho em uma cama de adulto
 Ah,  mas e a intimidade dos pais! Bom para se criar uma criança é necessário criatividade, então tirem a criatividade do armário e apimentem a relação de vocês longe do cafofo do bebê!rsrs. Ah, lembrando que não precisa colocar o bebê na sua cama para se todos esses benefícios, pode colocar o berço ao lado da cama dos pais, isso se chama quarto compartilhado!AbraçosThaianeBibliografias utilizadas!http://pediatrics.aappublications.org/content/100/5/841.shortCarlos Gonzales- Besame Mucho
http://www.facebook.com/notes/solu%C3%A7%C3%B5es-para-noites-sem-choro/cama-ou-quarto-compartilhado-promovendo-a-independ%C3%AAncia/386233364734412http://solucoes.multiply.com/journal/item/56Se quiserem saber mais sobre a cama compartilhada, recomendo esses links:
http://www.cosleeping.org/http://www.attachmentparenting.org/http://solucoes.multiply.com/journal/item/8?&show_interstitial=1&u=%2Fjournal%2Fitem http://www.awareparenting.com/sleep.htm




segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Entrevista para a Revide

Pessoal, aqui está a entrevista que eu dei para a Revide! Ficou muito boa a reportagem, trata-se de quatro histórias de parto, quatro mulheres contando suas diferentes histórias. Espero que gostem!!!
Detalhe no Nico fazendo arte o tempo todo!


Abraços

Thaiane

domingo, 26 de agosto de 2012

A mãe que eu queria ser!

  


  Bom, hoje vou tocar num assunto, digamos, doloroso, muito bem aceito por todas as mães, que é o da mãe que queria ser contra a mãe que eu sou.
    Eu sou a rapinha do arroz, a caçulinha da casa que se casou com um caçula e hoje somos pais. Não vi minha mãe cuidar de outros irmãos, meus primos eram da mesma idade que eu, os mais novos tive pouco contato, e os amigos na grande maioria eram mais velhos. Cresci assim sem contato com bebê, o pouco que sabia do mundo da maternidade era devido às conversas de calçada, aos ditados das avós, e eu absorvia tudo aquilo, sem pensar, afinal não era mãe, não havia motivos pra ficar perdendo tempo pensando em algo que pra mim não serviria pra nada, nem de boneca eu gostava!
   Quando cheguei na faculdade, passando pela disciplina de pediatria é que meus conceitos começaram lentamente a mudar. Ainda faltava muuuuuuiiito chão pra me tornar o que sou hoje, mas algumas portas se abriram, e mesmo que eu na época nem quisesse passar debaixo delas, ao menos eu sabia que havia alguns outros meios de se criar nossos filhos!
   Mas eu virei tia, várias vezes tia, e eu me vi questionando muita coisa, muitas práticas, aprendendo um monte e sentindo uma felicidade gigante por ter crianças na família, a inocência, as palavras sem maldade, os sorrisos.
   Quando me vi grávida é que eu realmente senti a necessidade de buscar informação, eu queria fazer diferente, algumas coisas pra mim não se encaixavam.
   Comecei a me questionar, procurar informações, grupos de mães, procurei por grupos de mães que se encaixavam naquilo que eu acreditava, passei por mudanças, e no final da gravidez depois de ter livro mil livros, ter um discurso afiado sobre maternidade, e... o Nico nasceu, e me mostrou que eu sabia os caminhos, mas eu teria que trilhar esses caminhos, e a mãe que eu queria ser, aquela figura linda, penteada, perfumada, borbulhando paciência, transbordando felicidade, se tornou em uma mãe descabelada, comendo mal, com o seios machucados, com olheira, com momentos de extrema alegria e outros com um mau humor horrendo, e agora??? Cadê a mãe que eu quero ser???
   Foi aí que eu percebi que todas as teorias eram um norte que eu deveria adaptar a mim e ao meu filho, mas o caminho, ah o caminho, esse era totalmente meu, totalmente nosso, ninguém poderia escrever sobre ele, traduzi-lo, delimita-lo, ele pertencia a nós, ele pertencia a mim.
  De todas as promessas e crenças, eu acreditava que a maternidade passaria por mim sem um nó sequer, e quando me vi era um embaraço só, desespero total, muita cobrança. Não estava preparada para lidar com um bebê high need, com uma necessidade de sucção imensa, que dormia por no máximo 30 min durante o dia, e que passava a noite toda a me solicitar. O bebê dos meus planos era amável, dormia horas e horas, mamava bem, e cheirava loção para bebês. O que eu estava fazendo de errado?
  Será que eu o estava embalando errado? Será que eu oferecia demais o seio? Será que eu devia coloca-lo pra dormir sozinho no berço? Será? Será? Será?
  Foi aí que eu abandonei a mãe que eu queria ser, e passei a ser a mãe que sou. E além de tudo, passei a aceitar o MEU FILHO, passei a compreender suas necessidades, como necessidades de uma criança não como a façanha de um adulto. Passei a ouvir meu coração, a seguir minha intuição, meu instinto de mãe e as coisas começaram mudar, ao menos eu mudei.
  O monstro desconhecido passou a ser conhecido, e foi diminuíndo até se transformar em um bebê, um lindo bebê de olhos verdes, e atrás desses olhos verdes, ali, escondidinha eu vi a mãe que eu queria ser. Me lembro de estar sentada na cadeira, tentando faze-lo adormecer há mais de 2 horas, sem cobrança, sem estar irritada, estava eu ali cantando, contando seus dedinhos, e ele me olhou nos olhos e eu vi, a mãe, com olheiras, acima do peso, descabelada, mas borbulhando paciência e trasbordando alegria. As noites de sono já não eram mais as mesmas, eram noites de uma mulher que havia trocado horas de sono, por horas embalando um pequeno ser, a quem o mundo era tão desconhecido e estranho. O corpo já não era mais o mesmo, mas era o corpo de uma mulher que havia gerado vida em seu ventre, e de uma outra mulher que estava comendo feito uma louca. O cansaço era de uma mulher recém-parida a quem lhe foi dado a mais sagrada das missões, criar um adulto.
  Aí eu tive certeza de que eu estava no caminhos certo, eu estava no meu caminho. Nico continua mamando muito, passa horas no peito, mesmo estando hoje com 15 meses. Muita coisa mudou, outras não. Algumas estão mais difíceis, outras muito mais fáceis. Algumas não existem mais, outras estão começando a existir. E eu acompanho tudo, vejo tudo, fico triste e alegre pelo que já foi, fico alegre pelo que está sendo e pelas coisas que ainda virão.
  Ser mãe é viver sem receita, ser mãe é ser surpresa. É importante ter um norte para não se perder, mas é importante trilhar o próprio caminho! As palavras de um livro estão ali para nos fazer pensar, as vezes nos fazer rir e outras para nos fazer chorar, mas lá elas não valem nada, pois quem tem quem colocar aquilo na vida somos nós. São as escolhas e renúncias, que temos que fazer o tempo todo! 
  E com filho tudo passa, e passa rápido, e depois fica aquele gostinho de saudade!! Então mulherada, aproveitem, pois a hora é agora!!!!
  Não tenha medo de embalar seu filho, de dormir com ele, cantar horas e horas pra ele, de beijá-lo, de ficar juntinho em contato pele-a-pele, de se entregar, amamentá-lo em livre demanda e amá-lo sem limites, pois como diz o Dr Carlos Gonzales em seu maravilhoso livro Un regalo para toda vida: 
 "Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, carinho, de afagos... Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais, ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão, ou no hospício porque tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico, parece ser a maior preocupação de nossa sociedade".
Abraços!!!!
Thaiane

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O poderoso sling!

Nico com 1 mês




Eu uso sling com o Nico desde seu nascimento, e confirmo que ele é realmente poderoso. Não sei o que é um bebê chorar por mais de cinco minutos, não sei o que é cólica, refluxo.  E as noites não foram tão desesperadoras!Quando eu estava grávida eu já lia a respeito do conceito continuum (abordado no post anterior) e me perguntava, será certo carregar um bebê no colo o tempo todo? Mas aos poucos a mãe instintiva veio surgindo e essa questão começou a se parecer tola e pequena. E tem vários estudos mostrando que os bebes que são carregados no colo, são mais calmos e seguros! Você quer uma razão para usar sling com o seu bebê, pois eu te dou dez motivos


Nico com 14 meses!


1 – Praticar Babywearing é conveniente.


Usando o seu sling você pode caminhar livremente sem ter que se preocupar se o chão tem degraus ou com o meio-fio ao a
travessar a rua. Os carrinhos de passeio são pesados e grandes demais e alguns pais podem não querer levá-los a todo lugar. Além de tudo o bebê não parece muito confortável se movendo na altura dos joelhos dos adultos. O sling pode ainda servir como trocador, manta, protegendo também o bebê dos estímulos sonoros e visuais durante a caminhada e permite uma amamentação bem discreta. É bem útil nas viagens onde temos que carregar o bebê no colo e precisamos das mãos livres para as malas!

2 – Usar um Sling ajuda no desenvolvimento do seu bebê.



Quando você caminha com seu bebê no sling pertinho do seu corpo, ele fica sintonizado com o ritmo da sua respiração, o som das batidas do seu coração e todos os seus movimentos – caminhar, inclinar, alcançar. Esta estimulação ajuda a regular as próprias respostas físicas e também o sistema vestibular que controla o equilíbrio. O sling é em sua essência uma “barriga de transição” para o recém-nascido, que não tem o controle das funções físicas e dos seus movimentos. Mecanismos artificiais para balançar os bebês não produzem os mesmos benefícios.

3 – Bebês que usam Sling são mais felizes.


Estudos têm demonstrado que quanto mais os bebês são carregados, menos agitados eles ficam e menos eles choram. Em algumas culturas indígenas onde o sling (ou babywearing) é comum, os bebês choram geralmente alguns minutos por dia – ao contrário dos bebês ocidentais que chegam a chorar horas por dia. Chorar é exaustivo para os pais e para o bebê e pode prejudicar o desenvolvimento mental pois o cérebro do bebê fica sempre inundado por hormônios do stress. Bebês que não gastam sua energia chorando, calmamente observam e aprendem mais sobre o seu ambiente. Usar o sling pode ajudar muito com as cólicas e ajuda também os bebês que precisam de mais atenção (high needs). Bebês que não tem cólicas também se beneficiam muito com a segurança e aconchego que o sling oferece.

4 – Praticar Babywearing é um ótimo exercício para você.


É difícil encontrar algum exercício que uma recém mamãe possa fazer. Carregar o seu bebê juntinho de você na maior parte do dia ou fazer uma caminhada com o seu bebê no sling fará muito bem ao seu corpo. Uma longa caminhada com o sling é muito bom para fazer o bebê dormir.

5 – Crianças maiores apreciam a segurança do sling.



Quando pensamos no sling já imaginamos um bebezinho todo aconchegado, mas ele é muito útil para as crianças maiores (até aproximadamente 20kg). O mundo está cheio de perigos para as crianças nessa idade e eles se sentem mais seguros estando dentro do sling quando eles precisam. Crianças são predispostas a serem superestimuladas, caminhar no sling conforta e faz com que se acalmem antes que aconteça uma crise. Também é muito prático em lugares como zoológicos, parques, aquários onde uma criança num carrinho não consegue ver muita coisa.

6 – O sling ajuda a comunicação entre você e seu bebê e fortalece o vínculo.



Quanto mais seguro você se sentir como pai ou mãe, mais você pode relaxar e curtir sua criança. E a maioria dos que se sentem seguros como pais são capazem de discernir os sinais que o bebê dá com sucesso. Quando seu bebê está perto de você no sling, você se torna mais sensível às suas expressões e seus gestos. Muitos pais que usam o sling com seus bebês dizem que não conseguem distinguir os tipos de choro do seu bebê (mesmo que os livros sobre cuidar de bebês digam que eles deveriam) – porque seus bebês são capazes de se comunicar efetivamente sem chorar! Cada vez que seu bebê consegue comunicar que está com fome, entediado, ou com a fralda suja sem chorar a confiança dele em você aumenta e sua segurança como pai/mãe é reforçada. É um ciclo de interações que constói o vínculo e torna a vida mais aproveitável para todos.

7 – O sling é uma ferramenta para pais, avós, avôs e outros cuidadores.


Ele é muito útil na vida de todos que cercam os cuidados com o bebê. Estar no sling proporciona ao bebê acostumar com a voz, batimentos cardíacos e movimentos de quem o cuida e fortalece o relacionamento entre os dois. Os pais não têm a mesma ligação automática que as mães têm na gestação. Mas isso não significa que eles não possam estabelecer isso depois que o bebê nasceu. O mesmo com babás, avós e avôs, e todos que têm contato com o bebê. “Slingar” com o bebê é um ótimo meio de você inteiragir com o bebê na sua vida e ele te conhecer melhor.

8 – O sling é um lugar seguro para o bebê ficar.



Ao invés de ficar passando perto dos escapamentos de carros dentro de um carrinho num estacionamento por exemplo, o bebê estaria muito mais seguro perto do seu corpo. O sling também porporciona mais segurança emocional e a criança poderá experimentar o mundo com mais segurança e no seu próprio ritmo. Também dificulta as pessoas que ficam pegando o bebê e manipulando em horas impróprias.

9 – O sling é econômico


Ao contrário dos carrinhos e cangurus convencionais, o sling é muito mais barato. Provavelmente depois de começar a usar o seu você verá que ele é muito mais útil e econômico. Ele pode ser ‘passado para frente’ por pais que não precisam mais ou comprados novos. Nada mal pra algo que você vai usar diariamente por alguns anos!

10 – É divertido “slingar” seu bebê.


Quem não gosta de carregar um bebê cheirosinho fofinho e sorridente? Quando seu bebê é maiorzinho fica muito mais fácil conversar e interagir com ele e perceber as reações dele com as novas descobertas. Também é mais divertido para ele pois está no nível dos olhos dos adultos. Sua criança se sente mais parte da sua vida e você se encantará cada dia mais com a pessoa especial que ela é.
http://semanadosling.vai.la/


Extraído do site http://www.wearsthebaby.com/

Tradução: Marilia Mercer