sábado, 19 de outubro de 2013

Sling - Função e posições básicas - G&M na TV#2




Foi com muito prazer que dei esta entrevista a lindona Flávia Maciel moderadora do Grupo virtual Gravidinhas e Mãezinhas, a entevista foi muito boa e não deixem de ver as diferentes amarrações que eu ensino no vídeo.
Quem quiser entrar em contato para tirar dúvidas e conversar a respeito, coloco-me a disposição
Beijo grande
Thaiane

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Independência de que?

Acompanhando o tema do post anterior (aqui) há um assunto que me faz perder alguns momentos do dia, e como sou coruja, alguns muitos momentos da noite, rs.
O tema de hoje é a busca enfurecida da puericultura ocidental pela tão sonhada independência das crianças.

Não é loucura comparar que para nossa sociedade o que é bom dura pouco, não dói, não cansa e não exige muito de nós. Sempre há um caminho do meio. Por conseguinte parto bom é parto rápido e indolor, se o parto levou 30 horas logicamente foi uma tragédia. A criação dos filhos segue a mesma linha, tanto é que podemos ver diariamente a abundância de softwares, produtos, e ítens adultos cada vez mais adulterados em prol de alcançar o mundo infantil. Há inclusive produtos que em nossa cabeça fazem parte da infância, como os doces, quanto mais cores e brilhos e açucar mais propício para a infância, será mesmo?

Bom, voltando ao assunto, hoje quero compartilhar meus devaneios quanto a tal da independência.
Seguindo a linha de raciocínio que eu coloquei acima sobre o que é bom dura pouco e não dói, temos que a qualidade da maternagem está diretamente relacionada a independência dos filhos. Como mãe posso falar, nós comparamos sim nossos filhos com os filhos dos outros, alguns comparam menos e outros mais, alguns sabem que comparar é algo totalmente desnecessário e conseguem ter controle dos pensamentos e sentimentos, outros não, e daí nasce a competição do mundo maternal. Competição essa que leva nada a lugar algum. 
Vejam a cena:
Duas mães se encontram no consultório pediatrico.
Uma mãe sorri para a outra, e juntas sorriem para as crianças
Mãe 1: - Que gracinha sua filha, quanto tempo ela tem?
Mãe 2: - Ah obrigada. Fala obrigada pra tia filha. Ela tem dois anos e meio.
Mãe 1: - Ah que legal, a mesma idade do meu filho. E aí, ela dorme a noite toda?
Mãe 2: - Nossa, acredita que ela sempre dormiu a noite toda?
Mãe 1 se sente uma má mãe pq seu filho acorda duas vezes para mamar.
Mãe 1: - Nossa meu filho tá dificil pra comer.
Mãe 2: - Nossa menina, ela parece o menino do comercial do brocólis? Eu coloco o prato na mesa e ela come sozinha.
Mãe 1 se sente um lixo de mãe
Mãe 2: - Com quanto tempo você desfraldou seu menino
Mãe 1: - Ele usa fralda ainda. (quando passa o bonde para as montanhas?)
Mãe 2 olha para a Mãe 1, muda o assunto com aquela cara de pena.
Mãe 1 volta para a casa se sentindo uma péssima mãe. Como dependente é seu filho.

Quem nunca passou por isso? Quem nunca foi mãe 1? Quem nunca foi Mãe 2?
E aí eu pergunto em algum ponto se mostrou detalhes da qualidade da maternagem? Quem é mais independente? Vamos para com esses assunto de qualidade de maternagem pq isso não é mensuravel.

Colquei a sitação acima, porque vejo muito a procura pela independência, as mães procuram sinais sólidos de sua influência positiva na vida dos filhos. Acredito que por ser os sentimentos subjetivos e pouco palpaveis a saúde emocional seja algo um pouco distante para as mães que procuram resultados concretos.
A criança independente dorme no berço? A criança independente come sozinha? A criança independente nao adormece no peito? A criança independente não faz birra? A criança independente senta sozinha e fica quieta no restaurante? A criança independente se higieniza sozinha?
E aí a pergunta que não quer calar, estamos falando de qual independência? Ou melhor a independência de quem?
  Sim, a criança pode ter condições de auto cuidado, e ficar sozinha, e dormir sozinha e ser uma criança independente. Mas a criança também pode ter suas necessidades de autocuidado, usar fralda, e precisar da presença de sua mãe ativamente e ser sim uma criança independente, apenas ainda não está no seu momento de realizar tarefas sozinhas, ou ainda não ter maturidade para tal. Algumas crianças alcançarão maturidade precocemente outras demorarão mais, mas acho que pouco falamos da independência emocional.
Nos prendemos demais analisando, e querendo fazer nossos filhos serem precoces, lutando contra inimigos imaginários e esquecemos que muito mais importante do que um desfralde as pressas com 1 ano de vida, é uma boa relação afetiva que conduzirá a um controle dos esfincteres mais eficaz e um desfralde a seu tempo. Mais importante é sanar as necessidades de uma criança, atender seu choro, oferecer-lhe o colo, permitir que explore o mundo, que conheça os ambientes, que conheça as pessoas, e permitir que evolua. Onde está a independência de uma criança que dorme sozinha a noite toda, porém não é permitida a liberdade de exploração?
E será que não estamos olhando num espelho e vendo nós mesmos? Será que a independência não é minha ao procurar loucamente que meu filho coma, durma, se higienize e se comporte sozinho? Será que os pais inconscientemente não procuram exageradamente pela própria independência?

E eu te digo, um dia seu filho irá sair das fraldas, irá comer sozinho, irá dormir sem o calor do peito ou sem ser embalado, irá ficar sozinho e até se comportar no restaurante. Não conheço nenhum adulto que receba comida na boca, estando em boas condições de saúde, então, todos os adultos são independentes? Não, não. Conheço adultos que moram sozinhos, que tem ótimos empregos com altos cargos, uma vida próspera e são dependentes, dependem de suas muletas emocionais. Dependem da opinião de outros, dos sentimentos de seus conjuges, do controle dos seus filhos, das amarras sociais, de um relação pouco afetiva com seus pais, etc.
Então vamos pensar na independência um pouco além do desfralde precoce? Sim, sei que esse é um dos primeiros passos na vida de um adulto, mas então vamos pensar na qualidade dessa independência, vamos pensar que para ser independente é preciso ter uma boa dependência primeiro. E não sei, não entendo o motivo de essa ser a maior preocupação das mães, pois com amor e afeto a independência virá, e virá tão rápido que mal poderemos acompanhar,

num piscar de olhos saem de nossas barrigas e no outros levantam voo, e a nós só nos resta acreditar que fizemos o melhor para este passarinho sempre a sua casa voltar.

Um abraço

Thaiane

 


sábado, 7 de setembro de 2013

A postura de chefe na criação dos filhos




Esses dias passando por uma grande de livraria me deparei com diversos livros que prometiam noites maravilhosas de sono, filhos bem educados, crianças que não fazem birras e mais uma enorme quantidade de promessas que deixam de lado toda a fisiologia do desenvolvimento normal e saudável de toda criança.
Voltei para a casa muito, muito pensativa com essas questões, com essas respostas milagrosas e a única coisa que nao sai de minha cabeça: estamos em busca do bebê ideal?

Atualmente eu faço parte de aproximadamente 40 grupos de discussao sobre maternidade nas redes sociais, grupos de todos os tipos, que discutem amenidades maternas, ecléticos, que fazem meus olhos arderem, que discutem valores, métodos, especificos, fechados, abertos, gerais, etc. Alguns participo ativamente, outros não, alguns leio bastante, alguns sempre me excluo e sempre me incluem, alguns aprendo muito e etc. E em todos os grupos de mãe o assunto birra, falta de limites, palmadas, etc, vai surgir em algum momento, assim como essas afirmativas, por sinal muito defendidas pro profissionais e opinólogos de plantão: 

" Diga NÃO bem firme e séria quando seu bebê estiver fazendo algo que não pode"

" Mostre quem manda na casa"

" A criança TEM que respeitar a hierarquia"

" As vezes falar somente não adianta, então vale umas palmadas. Mas espancar não"

Crítica como sempre fui e sou, sempre paro para pensar nisso tudo. Durante muito tempo eu acreditei nessas afirmativas, durante outros tempos eu me incomodei com isso, e hoje em outros tempos paro para refletir.
E a pergunta vem à ponta da lingua: Estamos falando NÃO demais para nossos filhos? Estamos falando NÃO demais para a vida?
O não funciona muito pouco diante das crianças e é pouco eficaz, mas antes que digam que estou tentando impor a verdadeira teoria do caos, vou abordar um pouco as questões baseadas na administração.

Eu comecei a estudar administração desde os tempos do ensino médio nas aulas de geografia e história, e mais tarde tive que aprofundar os estudos na faculdade, porém só fui dar o devido valor a estas teorias quando me vi perdida e enlouquecida no ambiente de trabalho, onde as relações pessoais e profissionais eram decadentes, e a estrutura organizacional totalmente hierarquizada e pouco funcionante. E não preciso mencionar que este ambiente totalmente desorganizado e prejudicial me levou a inúmeras sessões de terapia e a vasta procura por literaturas. 
Trabalhar em hospitais é uma verdadeira prova de vida. Onde as relações tendem a ser hierarquizadas e as teorias de equipe multiprofissional funcionam muito bem no papel.

Quem já teve um CHEFE, no sentido próprio da palavra sabe o quão pode se tornar desafiante sair de casa e ir trabalhar. A figura do chefe é tida como uma figura de autoridade, já a do líder é tida como uma figura de orientação e motivação. 
Nas organizações empresariais o chefe é tido como aquele que usa de autoritarismo, coloca regras, tarefas e imposições, e seus subordinados são obrigados a seguirem suas ordens que nem sempre respeitam as necessidades especificas de cada um, demonstram inflexibilidade e pouca abertura ao dialogo.
Já o líder é tido como um orientador, motivador, que consegue compreender seu ambiente de trabalho e motiva as pessoas a atuarem de forma harmonica. As relaçoes são horizontais e se mostra aberto ao dialogo e sua postura é mais voltada a participação de todos.
A postura de chefia, tem proteção de sua hierarquia, onde pode agir com liberdade a sua própria maneira, não necessitando servir de exemplo, pois a ordem é: "faça o que eu mando". Nessas empresas o ambiente é tomado por descontentamento, desunião, falta de motivação e abandono de cargo, uma vez que poucos conseguem se manter em um ambiente negativo por muito tempo o que aumenta a rotatividade e diminui o bom funcionamento da empresa.
A postura de liderança já se reflete no exemplo do líder, o que demanda tempo e paciencia e habilidades pessoais para contornar situações desagradaveis e desafiadoras do ambiente de trabalho. Não conta com a proteção hierarquica, pois normalmente a relação horizontal é mais valorizada, portanto está mais exposto a críticas e também a elogios e a soluções compartilhadas de problemas. O ambiente de trabalho costuma ser mais harmonico, motivador e menos estressante, e o índice de absenteismo é menor.

Mas o que tem haver as relações do ambiente de trabalho com a criança de filhos?? Tem tudo haver!
Se o funcionário motivado trabalha melhor, uma criança motivada também ira se desenvolver melhor.
É muito mais fácil sentar na cadeira e dar ordens, ser impaciente por estar preocupado com os ganhos, despesas e trabalho a ser feito e todas as preocupaçoes de um chefe, sem levar em conta os meios, só pensando no fim, e sem ter uma visão muito clara do futuro, onde a preocupação maior é a imediata, é a tarefa. Assumir a posição de liderança exige tempo, paciência, perseverança e jogo de cintura. Para resolver problemas muitas vezes necessitará um grande mergulho em si mesmo e o reconhecimento de estruturas emocionais dolorosas, como motivar se está desmotivado?

Assim fazemos diariamente com nossos filhos. Temos inúmeros desafios em nosso cotidiano, chegamos em casa cansados pelo trabalho, e o jantar precisa ser feito, a casa precisa de cuidados, e ainda precisamos dar banho, ajudar na liçao de casa, botar para dormir, etc, etc, etc.
Daí acabamos não dando atenção devida, e nossos filhos nos respondem a altura, com impaciencia, com a birra. A birra nada mais do que a demonstração de um descontentamento, que nem sempre é devido a taça de cristal proibida, na grande maioria das vezes é pela atenção não recebida, e a taça de cristal é somente a materialização desse desejo frustrado.
É mais fácil dizer:
- Fulano, NÃO pegue a taça de cristal. Já falei pra vc que não poder mexer aqui.
E a criança responde pegando a taça olhando diretamente nos olhos da mãe como se a desafiasse, ou se coloca no chão em choro sentido.
Não seria melhor dizer:
- Fulano, eu sei que vc quer atenção e nesse momento estou tão cansada e não estou dando o que vc merece. Na sua idade eu também gostava de brincar com coisas que quebram, mas se a taça quebrar onde iremos tomar o suco de laranja gostoso? Mamãe tem que fazer o jantar vc não quer vir brincar na cozinha com os potinhos?
Cadê o NÃO??? Cada vez mais me convenço que falamos NÃO demais, que limitamos demais, que damos atenção de menos e não lideramos nossa casa, nós a chefiamos.
Nossos filhos são criados em um hierarquia verticalizada onde não é permitido questionamentos, onde não é permitido que se expressem, que chorem, onde precisam andar em cascas de ovos, onde devem muito e podem pouco. Queremos filhos educados? Que se sentem na mesa de um restaurante e se comporte? Queremos filhos perfeitos? Mas somos perfeitos? Somos pais perfeitos? 

Precisamos pensar em relações saudaveis e não em quem manda na casa, se oferecermos respeito e amor aos nossos filhos, eles nos retornarão respeito e amor. Colocaremos em nossa casa a harmonia, o dialogo. Precisamos de tempo, precisamos de jogo de cintura e sabedoria. Criar filhos é um grande mergulho interior, precisamos trabalhar sujeiras que teimamos em jogar debaixo do tapete, e isso não é facil, e por vezes é doloroso, porém é necessário.

Espero dizer menos NÃO ao meu filho, e dizer mais SIM à vida. Não preciso ensinar meu filho quem manda na casa, eu preciso amá-lo e motivá-lo a ser uma boa pessoa, e isso só tem um caminho, o exemplo.

Beijo em todos

Thaiane!






domingo, 16 de junho de 2013

A escolha pelo parto domiciliar.

Faz um tempo que eu gostaria de escrever sobre os motivos que me levaram a dar a luz ao meu filho Nico no aconchego de minha casa.
Vejo que há muita falta de informação sobre o tema, e por conta disso muitos artigos rolando na internet, na mídia, muitas opiniões divergentes, mas aqui eu vou colocar o que me levou a tomar a decisão de não querer ir para o hospital nesse momento tão único e sagrado em minha vida.
Uma coisa que me deixa um pouco irritada é a tal fala de que parto domiciliar é modismo, pra falar a verdade quando eu escuto isso a conversa pra mim já se dá por encerrada, primeiro porque moda é tendência, é aquilo que está em alta, e a alta no Brasil é cesariana com mais de 80% no setor privado, segundo é que eu duvido muito que uma mulher que quer um parto domiciliar por achar bonitinho sustente essa opinião até o final da gestação diante da pressão de nossa sociedade e principalmente dos profissionais de saúde, dos medos impostos e valores culturais presentes em nosso meio. Um parto domiciliar no Brasil exige muito mais do que querer, exige um processo de mudança interior muito complexo, uma vez que vivemos em uma sociedade tecnicista e medicalizada, onde o parto deixou de ser um evento fisiólogico e muitos medos inundam os sentimentos das mulheres.

Eu me lembro do primeiro parto que acompanhei na minha vida, na época eu tinha 18 anos e estava no segundo ano da faculdade. Foi um parto rápido (quinto filho), mas não deixou de ter um Kristeller (empurrar a barriga da mulher), um "mãezinha não grita, senão o bebê não nasce". Quando o bebê nasceu eu olhei para as duas amigas que estavam na sala comigo e ambas estavam chorando e dizendo que era lindo, emocionante. Não posso deixar de concordar que o nascimento independente da via de parto é lindo e deve ser celebrado com muita alegria, e assim eu fiz, fiquei feliz, dei um abraço na mãe, e fiquei com aquela boa sensação de quando um bebê acaba de nascer, mas algo lá dentro me dizia que aquilo não era pra mim. Depois de nascer e dar uma passada pelo colo da mãe o bebê foi levado para os procedimentos rotineiros, que inclui aspiração de vias aéreas, colírio de nitrato de prata nos olhos, vitamina k injetavel, vacina contra hepatite B, pesar, medir, auscultar, colher impressão plantar para declaração de nascido vivo, etc, etc. E depois como era um hospital amigo da criança ele seguia com a mãe, caso estivesse bem, para o alojamento conjunto. YES!
Depois desse parto eu fui assistir a uma cesariana e também fui inundada de um sentimento profundo de felicidade quando ouvi o choro da criança, mas aquela sensação de que o nascimento não era algo pacifico. 
Com o tempo pude ir acompanhando vários nascimentos, e aprendendo mais e mais a realizar os procedimentos e cada vez mais me acostumando com eles, e menos questionando tudo aquilo, afinal estava no livro, na aula, na fala do professor. Mas um sentimento estranho que naquela época eu não entendia, não conseguia sequer falar sobre ele, e acredito que não sabia sequer que ele existia. Afinal aquilo tudo era o que eu aprendi, e pra mim o grande problema era o fato de minha paixão ser as salas de urgências e não as de parto. Quem me conhece daquela época hoje se assusta com meu interesse imenso por parto, gravidez e maternidade. A Thaiane emergencialista ainda vive em mim, mas agora a sala de urgência e aquele típico cheiro de sangue misturado com alcool não me chamam tanto a atenção quanto um bebê nascendo respeitosamente.
Tudo começou a mudar bem antes de passar por mim a vontade de engravidar, bem antes da Gisele Bundchen ter seu parto domiciliar sem ambulância na porta. Um dia navegando na internet eu li uma matéria bem simples, mas ali estava "parto domiciliar". Eu arrepiei, e não acreditava naquilo, que absurdo, como uma mulher podia ser tão louca e irresponsável com a própria vida e com o bebê, como assim??? Como todas as respostas eu encontro pesquisando, fui atrás, e comecei a ver que essas loucas mulheres, de loucas não tinham nada, mas tinham bastante informação e muita força para lutar pelos direitos e assumir responsabilidades pela própria vida. Mas ainda não estava convencida, afinal experiências pessoais são únicas e só dizem respeito a pessoa que viveu. Posso eu viver uma mesma experiência que outros e ter sensações e aprendizados totalmente diferentes. Daí comecei a busca por evidências científicas, e comecei nesse processo a dar nome aquele sentimento que sempre que eu acompanhava um nascimento inundava o meu coração, e esse sentimento era de violência. O nascimento pra mim era e é violento em muitos casos.

Moro em Ribeirão Preto e dados de 2011 mostram que nossa taxa de cesarea foi 61,84% de cesarianas e esses numeros são crescentes a cada ano. Nesta cidade contamos com uma maternidade privada muito conhecida mas que tem altas taxas de cesariana, bebê é separado precocemente da mãe e vai para o berçario, e muitos ainda recebem mamadeira com fórmula artifical.
Parto aqui em Ribeirão, independente do local é em posição de litotomia, posição esta não recomendada, pois dificulta o trabalho de parto, e só é boa pra quem assiste o parto, pois fica mais fácil para realizar procedimentos que na maioria das vezes são desnecessários, porém são realizados rotineiramente. 
Eu queria um parto vertical, pois amplia o diâmetro da bacia o que facilita o nascimento, evita compressão de veia cava e coloca a mulher no poder do nascimento do próprio filho. A posição litotômica com a perna da mulher amarrada é uma agressão, e não tem respaldo cientifico que a justifique. 
Eu queria liberdade de movimento, liberdade de expressão, liberdade para poder ser quem eu sou, e fazer o que quiser, comer, dançar, gritar, chorar, sorrir, dizer que não vou aguentar sabendo que TODOS os envolvidos estariam ali diante de mim acreditando que eu iria aguentar sim, sabendo que TODOS os envolvidos não se incomodariam com minha nudez, com meus gritos, uivos, com o mergulho em minha inconsciência, sabendo que meu marido ficaria comigo o tempo todo, que minha doula estaria ali pra segurar minha mão, e sabendo que o tocólogo do meu parto estaria totalmente íntegro e disposto a ficar comigo pelo tempo que fosse, acreditando em mim, não me fazendo procedimentos desnecessários que colocariam em risco a minha vida e a do meu filho, e que estaria todo o tempo ali, em silêncio, do meu lado, me olhando, INVISIVELMENTE me acompanhando. 
Eu não queria nenhum procedimento desnecessário, eu não queria ser cortada, eu não queria ninguém dizendo pra mim o que eu deveria ou não fazer, eu não queria ninguém falando da novela no momento do nascimento, eu não queria ninguém achando que sabe mais sobre o meu corpo do que eu, eu não queria ninguém duvidando de mim. Eu não queria nenhum apressado querendo conduzir meu trabalho de parto com ocitócitos que aumentariam minhas chances de parto instrumental e sofrimento fetal, eu não queria pressa, eu queria paz, calor, silêncio. 
Eu queria poder curtir cada momento do meu parto, cada sensação, cada dor. Eu queria poder toca-lo antes de nascer, acaricia-lo ainda dentro de mim, sorrir e cantar pra ele, ou ficar em silêncio e sentir sua chegada. Eu queria estar acordada, queria participar de cada segundo.
Eu queria que meu filho viesse para os meus braços, sem pressa, queria poder namora-lo, queria poder me apresentar a ele, queria amamenta-lo assim que nascesse, que o cordão umbilical não fosse cortado imediatamente após o nascimento para que ele pudesse transicionar para a vida respiratória com tranquilidade, eu queria intimidade, respeito. Assim como não queria procedimentos desnecessários em mim eu não queria nele, principalmente nele. 
Não queria que ele fosse aspirado sem necessidade.
Não queria que seus olhos entrassem em contato com o colírio de nitrato de prata que é caustico, provoca conjuntivite química e dificulta a visão do bebê em um momento em que o olho no olho é tão importante. O método Credé é recomendado inclusive pelo Ministério da Saúde para evitar oftalmia gonocócica porém a eritromicina apresenta efeitos mais amplos e menos prejudiciais. 
Não queria que dessem a ele vacina de Hepatite B na hora do nascimento. Eu optei por dar vitamina K oral e não injetável. Não queria que o lavassem, eu só queria que ele ficasse comigo, caso ele nascesse em condiçoes para isso.

Mas a quem recorrer? Aí eu vi o grande despreparo dos profissionais de saúde cuja formação evidencia muitos atrasos, muito conservadorismo, muita falta de informação de qualidade. Vi que nossas instituições carecem de melhorias, seus protocolos coisificam seus clientes, os fazem perder a voz, perder a individualidade. E como perder a individualidade em processo tão íntimo, de origem sexual e de grande importância na vida de uma família?
Como aceitar que meu filho ao nascer fosse para um berçario receber fórmula artificial, receber todos os procedimentos sendo a maioria desnecessários? Como ter consciência disso tudo e me calar diante do nascimento do meu filho? Como ir para o hospital sabendo que lá eu teria um parto horizontal e que isso aumentaria as chances de um desfecho ruim? Como ir pra lá sabendo que as minhas chances de ter um parto fisiológico seriam mínimas e que isso diminuiria minhas chances de ter um nascimento satisfatório?

Havia duas alternativas ir para São Carlos  e ter meu bebê em uma suíte PPP (pré, parto, pós parto) dentro do hospital, ou dar a luz em casa. Eu fiquei com a segunda opção.

Eu tinha MEDO de ir para o hospital, muito medo. 
Mas não tinha medo de dar a luz em casa??
Sim, também faço parte de uma cultura pró-cesarea. Nasci de uma cesariana, e cresci ouvindo histórias ruins de partos normais, mas a informação de qualidade sempre foi uma grande aliada minha. Em minha vida não cabe espaço para achismos, eu sempre quero saber a verdade, eu sempre quero a melhor evidência. Hoje nós procuramos mais informações para comprar uma geladeira do que para ter um parto respeitado e sobre tantos assunto do universo maternal e do nosso cotidiano, infelizmente.

Parto domiciliar é seguro e isso é o que aponta vários estudos. O parto domiciliar só é indicado para gestações de baixo risco, onde a mãe e os bebês estão bem, o bebê está cefálico, e não é gestação gemelar. E temos vários estudos demonstrando que em gestações de baixo risco o parto domiciliar não ocasiona aumento da morbimortalidade materna e neonatal, sendo que estes índices são semelhantes tanto para hospitais quantos para nascimentos em domícilio, sendo um pouco menores nestes.
Em um estudo publicado em 2009 no British Journal of Obstetrics and Gynecology concluiu que um parto domiciliar planejado não aumenta os riscos de mortalidade perinatal e morbidade perinatal grave entre mulheres de baixo-risco, desde que o sistema de saúde facilite esta opção através da disponibilidade de parteiras treinadas (por isso eu reforço a importância de uma assistência de qualidade) e um bom sistema de referência e transporte.  http://www3.interscience.wiley.com/journal/122323202/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0

Vou deixar aqui outros artigos que falam sobre o parto domiciliar e sobre a atuação de enfermeiras obstetras.

Não luto para que todas as mulheres tenham seus filhos em casa, acredito que esta seja uma opção para aquelas mulheres que realmente queiram ter essa vivência. Luto para que todas mulheres possam ter o direto de escolha e serem respeitada por qualquer que seja esta escolha. Luto para que as mulheres não precisem fugir do hospital simplesmente por não terem alternativa que é o que acontece na maioria das cidades brasileiras. Luto para que as mulheres possam ter partos respeitados dentro do ambiente hospitalar. Luto pelo direito de escolha, e pelo respeito ao nascimento. E essa luta vem se tornando a de muita gente.

Um grande abraço

Thaiane

"Para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer" Michel Odent














terça-feira, 16 de abril de 2013

Mamãe Sunny



Muita gente me pergunta o motivo do blog, do sling chamar Mamãe Sunny. Hoje em celebração aos 4 anos de ausência física da minha princesa eu vou publicar esse post.


Maria Sunny de Lourdes é o nome de minha doce amiga, filha, irmã e muitas vezes mãe, e quando eu me lembro, ela era também uma cadelinha. Nos seus 18 anos de vida, me ensinou muito mais do que o respeito aos animais, me ensinou a ser fêmea.  Nos conhecemos quando eu ainda era uma filhotinha, tinha 4 anos.
Sunny era chata, nossa e como era. Pra elucidar a situação, ela era vira-lata mas a maior parte dominante de sua genética provinha dos pinscher. Então não preciso declarar que ela mordia todo mundo, o sofá era dela, ela ditava todas as regras, e todo mundo paparicava, pois "ai que gracinha, tão pequenina". Se o César Millan  (O encantador de cães) fosse lá em casa ele ficaria horrorizado.
Estou falando que a bicha é brava!rs
Mas Sunny era mãe. Ótima mãe. Teve cinco crias no total foram 22 filhotinhos e dois adotivos, além do gato Tifu que ele amamentou com tanto amor. Lembro-me como a casa se alegrava quando havia filhotinhos recém-nascidos, após o parto ela se fechava no ninho, o mundo dela era aqueles bebezinhos, delicadamente ela se deitava e oferecia-lhes as tetinhas e eles mamavam satisfeitos, sem se preocupar com a amamentação a cada 3 horas, rotinas, bons costumes, palpites, e etc. Era um momento íntimo, ela os lambia e juntos se aqueciam.
Instintivamente ela cuidava deles, instintivamente os amamentava, e assim os pariu. 
Eu observava aqueles momentos, e perguntas borbulhavam dentro de mim. Por que tão simples? Por que tão quente? Por que tão belo? Por que conosco não é assim? O que houve de errado com nossa espécie? Por que eu não nasci assim?
Não pense que minha mãe não era carinhosa, ela era sim. Fui amamentada até meus 4 anos, mas isso é assunto pra outro post.
Eu digo da pureza, da mente vazia, do instinto, do feminino. Muito de nós é superficial, mas nos animais ele é bruto, é puro.

Hoje não sabemos mais como cuidar de um ser que saiu de nossas entranhas, que foi formado com nosso sangue. Conseguimos formar uma vida dentro de nós, mas já não conseguimos coloca-la naturalmente no mundo, amamentá-los e cuidar deles. São tantos palpites, tantos medos, inseguranças, que nos desconectam  do nosso feminino. Na gravidez entregamos nossos corpos ao obstetra, com o filho nos braços, o entregamos ao pediatra. Não sou contra os médicos, de jeito algum, eles estão aí pra ajudar, mas não concordo com o modo como o sistema funciona, não concordo com a visão de médico guru, que nos diz até se podemos ou não dormir com nossos filhos. Desculpem-me, mas médico pra mim é pra tratar patologias, não pra dizer como devo criar meus filhos!!!
A Sunny me ensinou muita coisa, mas a mais importante, é que eu deveria ouvir meu coração, criar meus filhos com apego, com instinto, com delicadeza, mas com ferocidade com tudo aquilo que os colocasse em risco, que eu devo ouvir sempre meu instinto, minha intuição, pois isso não se aprende em livros, já nascemos sabendo, mas muitas vezes acabamos perdendo por vivermos em um mundo racional!!!

Triste e estranho saber, que a lição mais importante que eu já tive na vida, veio de um animal, pois este diamante é bruto, é selvagem!

Saudade tchuca!
Infelizmente Sunny era viva, e tudo que é vivo se vai, mas jamais deixarei apagar a vela que ela acendeu em meu coração e em minha mente. Por isso a homenagem, o nome que abriu as portas da maternidade em mim.

Minha amiga de fé, minha irmã camarada, saudade sempre!


Abraços

Thaiane



terça-feira, 9 de abril de 2013

A vivissecção, os adultos e as crianças. Sim é possível minimizar.

Esse post foi feito atendendo a pedidos de amigos que querem saber sobre a vivissecçao e a minha atitude de procurar por produtos e empresas limpas, que não fazem testes em animais. Com esse post procuro trazer um pouco de informação, pois o assunto é vasto, e mostrar que é possivel reduzir o número de produtos que testam em nosso cotidiano. E como este blog tem conteúdo materno, coloco aqui algumas informaçoes voltadas para as mães. 



Desde pequena eu sou apaixonada por animais, sempre gostei de observar todas as formas de vida e aprender com elas. Até hoje me pergunto sobre minha escolha de ser enfermeira e não bióloga ou veterinária. Acho que passei a amar também as pessoas, essa é minha única explicação.
Agora junte a paixão pelos animais e meio ambiente a uma criança extremamente crítica e curiosa, e o resultado soy yo.
Sempre fui daquelas crianças que queriam saber tudo, não aceitava respostas prontas, e era muito, muito, muito exigente e crítica!
Cresci e nessa parte mudei pouca coisa, rs.

Aqui em casa a ordem é REDUZIR, REUTILIZAR, RECICLAR. 

Quando se entra no assunto ecologia, normalmente as pessoas pouco se interessam. Lá vem o EcoChato com sua idéias lindas e impraticáveis. Pois eu garanto que muita coisa é praticável sim.
Sempre trabalhamos com metas, um passo de cada vez. O assunto ecologia, sustentabilidade e proteçao animal é vasto e exige mudanças em nosso estilo de vida, em nossa forma de pensamento e também na forma de vivermos em sociedade.

Neste post vou abordar com mais cuidado a vivissecção que são os testes em animais. 

Esse palavrão chamado vivissecção significa "cortar (um animal) vivo", mas na prática é aplicado a qualquer tipo de experimentação animal.

Estima-se que 70 milhões de animais são torturados e mortos nos EUA anualmente. E que essas mortes fazem movimentar uma grande quantia de dinheiro. 
De acordo com Stoller, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA é o maior financiador de estudos em animais, estima-se que o gasto anual com estes experimentos extrapole os 5 bilhões de dólares, esse dado é de 1990, imagina agora. 
E a grande maioria dos resultados obtidos nessas pesquisas NÃO SERVEM PRA NADA.

Vou pegar como exemplo os testes químicos

Para o produto chegar nas prateleiras e ir direto para a casa do consumidor ele precisa apresentar algumas características aceitáveis, eles precisam ser declaradamente seguro para o uso. Sabe quando você lê no rótulo do produto: Dermatologicamente Testado. Você já parou pra pensar a respeito? 
Ah eu adoro ler o rótulo da weleda: este produto foi testado dermatológicamente em voluntários humanos. Não te dá muito mais credibilidade tanto na empresa quanto  no produto?
Então, essa garantias foram obtidas em laboratórios de vivissecção, testados em ratos, coelhos, camundongos, macacos, porcos-da-índia, sapos, lagartos, cães, gatos, pássaros, porcos, aves, cavalos, cabras, etc. Nos testes incluem-se os intitulados "teste de toxicidade": dose letal, concentraçao letal, dose máxima tolerada, etc. Outras pesquisas incluem teste de irritação de pele e olhos, testes de carcinogenese, mutagenicidade, teratogenicidade, toxicidade reprodutiva, nefrotoxicidades, etc.
Ah, e por favor não seja ingenuo como eu fui um dia em acreditar que os animais são sedados, ou que são tomadas medidas para alívio da dor. Acredito que até exista pessoas que se preocupem, mas essa não é a regra. 
E tudo isso para no final apresentar uma gama enorme de resultados ambíguos e contraditórios, o que respalda a industria a chegar no resultado que ela quiser.
Exemplo disso é o Teste de Irritação Ocular, que chega a me dar náusea só de escrever sobre isso.
O objetivo deste teste é avaliar alterações oculares e perioculares provocadas por produtos químicos. para isso utiliza-se uma cobaia consciente (nada de anestesia), normalmente o coelho, por ser dócil, barato e ter olhos grandes. A cobaia é enjaulada e imobilizada pelo pescoço, que por vezes se quebram na tentativa de fuga, e seus olhos permanecem abertos por meio de grampos. Esse teste pode chegar a durar aproximadamente 20 dias. Isso mesmo, 20 dias de tortura. As reações oculares observadas incluem processos inflamatórios, úlceras, hemorragias e cegueira. Ah é só uma coisinha, coelhos não choram, tá. E isso muda muita coisa nos resultados.
E depois de tantos testes as "criaturas" ainda não descobriram que os olhos do coelho são diferentes dos humanos em estrutura e fisiologia, o que oferece resultados subjetivos e de baixa confiabilidade, ou seja pimenta no olho do outro é refresco.
E o pior de tudo EXISTEM ALTERNATIVAS, existem testes com padrão de confiabilidade superior e que o melhor de tudo, não machuca NINGUÉM. Mas também existem interesse economicos, a vivissecçao movimenta muita grana.
E as alternativas não são somente para os testes oculares, existem para testes cutâneos, dose letal, dose máxima. E repito mais uma vez os resultados obtidos por experimento em animais, não são fiéis para utilização em humanos, somos diferente, as variações estruturais. Varia de espécie para espécie e de indivíduos para indivíduos. Somos diferentes em estrutura e fisiologia. A vivissecção é um ATRASO.



Vou contar uma historinha

Galeno é conhecido por seus tratados de medicina, sendo estes baseados em observaçoes anatomicas e fisiológicas oriundas de experimentos em animais. No entanto 1500 anos depois,  quando os estudos começaram a ser realizados em cadáveres humanos, foi descoberto que ele estava equivocado em muitas considerações, sendo  que Paracelso queimou em público os trabalhos de Galeno afirmando: “Isto é a causa da miséria do mundo, de que nossa ciência éfundada em mentiras. Vocês não são professores da verdade, mas professores da mentira”. Isso se deve a extrapolação de pesquisas feitas em animais para a fisiologia humana.



Na área médica muitos médicos cirurgiões questionam o uso de animais para aprendizado de cirurgia.

Alegam discrepâncias entre a anatomia e fisiologia humana e a animal, assim como a elasticidade da pele, o coeficiente de vazão sanguínea epidérmica, etc. As alternativas para tais práticas são o acompanhamento de cirurgias humanas em hospitais e clínicas, primeiramente com observação, seguida de estágios de intervenções simples severamente supervisionadas por cirurgiões experientes, passando para intervenções sucessivamente mais complexas. Assim se aprende cirurgia em muitos países, como Inglaterra e Estados Unidos. A verdade é que mesmo estudando em animais a verdadeira cobaia somos nós.
Minha irmã leciona em uma Federal que utiliza animais para ensino, inclusive para sondagem orogástrica, o que eu digo ser totalmente desnecessário, pois me formei e nunca precisei colocar as mãos em nenhum animal para aprender minhas técnicas, e olha que trabalhei com cirurgias de cabeça e pescoço e acredito que sondar um cachorro não iria me auxiliar em nada quando diante de um paciente com câncer cervical, esofágico.


“Nenhum cirurgião pode obter conhecimento de experimentos em animais, e todos os grandes 
cirurgiões do passado e presente concordam com isso. Não se aprende cirurgia através da 
operação de animais. Animais são completamente diferentes do homem anatomicamente, suas 
reações são diferentes, sua estrutura é diferente, sua resistência é diferente. O estudo em animais 
confunde o cirurgião” - Prof. Dr. Bruno Fedi, Diretor do Instituto de Anatomia Patológica no 
Hospital Geral de Terni, Itália (Fedi, 1986). 

Até mesmo para aqueles que não lutam contra a vivissecção em defesa dos animais, mas sim em defesa da segurança humana , apontam os prejuizos de tal prática. Em muitos casos, os estudos em animais não só causam o desperdício de vidas e dinheiro, eles podem ser perigosos também para a saúde das pessoas. Drogas como a talidomida, o Zomax, e DES foram todas testadas em animais e julgadas seguras, mas tiveram conseqüências devastantes para os humanos que fizeram uso delas.

Óbvio não? Animais diferentes = respostas diferentes. E ainda vale mencionar que alguns resultados tidos em humanos não podem ser mensurados em animais, como: tontura, mal estar, confusão mental, dor de cabeça, formigamento, etc. Você sabia que a morfina provoca agitação em gatos, e sedação em humanos? 


“Tem sido demonstrado que os resultados da experimentação animal são inaplicáveis aos seres 
humanos. Existe uma lei natural relacionada ao metabolismo (a soma de todos os processos 
químicos e físicos encontrados nos organismos), de forma que uma reação que foi estabelecida 
para uma espécie é válida somente para aquela espécie em particular, e não para outra. As vezes 2 
espécies bem próximas, como o rato e o camundongo, podem reagir de maneira totalmente 
diferente” – Dr. Gianni Tamino, pesquisador da Universidade de Pádua e membro do Parlamento 
Italiano (Tamino, 1984).









Já faz uns dez anos que iniciei minha luta pra EVITAR utilizar produtos que fazem teste em animais. O começo foi difícil, pois de fato acreditava que o único condicionador do mundo que tinha uma relaçao amorosa reciproca com meu cabelo era o condicionador "X", e o mesmo era de uma empresa conhecida pelos testes mais cruéis em animais. 
O boicote é uma forma de forçar as empresas e também as unidades políticas a investirem em outras alternativas e na formulação de leis de preservação. E também claro, a minha cabeça leve no travesseiro a noite.

Comecei evitando os algumas marcas principais como Unilever, P&G, Johnson & Johnson, etc. No começo achei que fosse tomar banho com sabão caseiro e limpar a casa com limão, mas minha visão ficou mais aguçada e meus olhos começaram a ver produtos diferentes, melhores, alguns mais caros e outros bem mais baratos. Inclusive o condicionador X que eu descobri depois de testar outros produtos, que era péssimo para o meu cabelo.
Diante disso eu consegui realmente enxergar o efeito da mídia e da indústria sobre a minha pessoa. Eu comprava o que era mais comum, aquilo que colocaram na cabeça da gente que era o melhor e a gente nem raciocina. Ou vê na prateleira do supermercado "ah saiu na TV, tá barato, vou levar". Ah a vizinha usa e adora, a tia usa, a madrinha usa, e acabou de passar na televisão, pronto, vou comprar este produto.

Sendo a chata da paróquia eu comecei a perceber que estas industrias monopolizam o mercado. Dá uma olhadinha quando vc for ao supermercado na sessão de sabonetes, vc vai encontrar a representaçao de poucas empresas, mas muitos produtos. A Unilever é a vencedora e tem produtos da mesma categoria só que atraentes para diferentes classes se vc quiser economizar pode comprar um Lux e se for mais exigente leva pra casa o Dove, ambos unilever. E isso não é só com sabonetes é em praticamente todo Supermercado. Mas da minha ótica quando quero economizar compro um sabonete ypê, e quando quero algo mais sofisticado eu compro Natura, Boticário, Weleda, Granado, Forever, OX, etc.

Produtos de limpeza da linha Búfalo, Ypê, Cassiopéia NÃO TESTAM. E deixo lá na prateleira o Omo, Surf, Confort, que TESTAM e são mais caros.

Ou seja é possivel sim ir as compras e trazer pra casa a consciência limpa.

Agora o lado mãe.
Quando eu engravidei essa foi uma preocupação, como será que tudo isso vai ficar com o nascimento do Nico? Uma vez que as crianças diante de todo consumismo desenfreado são grandes geradores de lixo.
Somos alvos da mídia e da indústria constantemente e compramos muito, muito lixo. Sempre que estou diante de algo que quero comprar eu faço a pergunta: "eu realmente preciso disso?"Pensa no tanto de coisa que temos em casa sem uso, no tanto de embalagens dessas coisas sem uso que jogamos no lixo. Portanto o consumismo gera lixo, muito lixo.
E daí comecei a busca por produtos CRUELTY FREE para o público infantil.
E foi facil, muito facil. Shampoo eu uso e recomendo Natura e Boticário. Sabonete eu uso Granado ou Natura. Sabe aquele shampoo duvidoso da Johnson's que já foi alvo de investigação por conter substancias possivelmente cancerigenas? Então, aqui em casa ele NÃO ENTRA.

A coisa complicou no quesito fraldas e lenços umedecidos. As fraldas são um grande problema, pois as comercializadas facilmente no país TESTAM. Então pra quem não sabe, por motivos de questao ambiental, conforto para o bebê e pelo bem dos animais, eu uso fralda de pano e tenho um post aqui falando sobre as Fraldas Reutilizáveis.
Agora os lenços umedecidos eu uso muito pouco, em casa nem pensar, lavo o bumbum do bebê com água. Quando saio ou levo lenço, quando tenho em casa, ou levo uma garrafa dàgua e utilizo com limpadores de tecido que eu mesma fiz e são ótimos, não assam, e preservam o meio ambiente. Daí coloco tudo em um saco impermeável juntos das fraldas de pano e ponto para os animais e para o bumbum do bebê.

Várias pessoas me dizem que sou somente uma andorinha. Sim sou uma andorinha, mas somente aqui em casa somos três. Por ser andorinha eu sei voar e portanto consigo ver a distância, e consequentemente vejo MUITAS  andorinhas. Muita gente pensando, muita gente se preocupando e muita gente tentando fazer diferente e o melhor muita gente mudando transformando a nossa vida.

Não dá pra dizer que você vai ser 100%, pois infelizmente a industria farmaceutica testa muito e você pode precisar de algum medicamento, mas você pode MINIMIZAR,  reduzir o impacto e como eu mostrei as medidas são simples, basta querer. 
Aqui em casa tentamos ao máximo não produzir lixo, reciclamos nosso lixo, e o organico há a possibilidade de se utilizar composteiras. Mas é utópico focar no lixo zero se vc quiser continuar vivendo em sociedade, mesmo que pouco produzimos lixo. Então pq não reduzir? 
Não gosto do raciciocinio que algumas pessoas empregam do tipo. "Boicota a Unilever mas tomou antibiótico quando ficou doente". Pra mim isso é típico de pessoa com raciocinio limitado, e que é comodo demais para fazer algo de bom e não quer que ninguém faça. #prontofalei

E como mãe acredito que ensinar o amor aos animais, ao meio ambiente e a preocupação com sua própria existência e o que ela ocasiona no meio, são de extrema valia na formação de futuros adultos com visão mais ampla da vida e das coisas. Pessoas muito mais preocupadas com o meio em que vivem e com seu papel perante a sociedade.
Temos uma vida corrida e a palavra da vez é: praticidade. Mas eu digo que dá pra ser prático e ter consciência ecológica, ambiental e de respeito com outras vidas. A vida está aí pra ser vivida, e para aprendermos com ela. Vejo diariamente velhos que envelheceram com a vida,mas não amadureceram nela, apenas fizeram anos. Continuam ano após ano, com as mesmas idéias, mesmos ideais não alcançados,mesmo preconceitos e sim as mesmas dores. 
Eu escolhi dizer SIM para a vida, tudo o que mostre para mim que melhorará minha vida e a de outras pessoas, assim como o ambiente eu digo SIM, e me surpreendo a cada dia!

Para conhecer a lista de empresas brasileiras que NÃO TESTAM. Clique aqui
Para conhecer a lista de empresas internacionais que TESTAM. Clique aqui
Para conhecer a lista de empresas internacionais que NÃO TESTAM. Clique aqui
Indicação de leitura:
http://www.falabicho.org.br/PDF/LivroFalaBicho.pdf
http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/vivisseccao-ciencia-ou-barbarie/
http://www.fbav.org.br/


Grande Abraço

Thaiane






domingo, 24 de março de 2013

Amamentação prolongada é bom?

O post é grande, mas vale a pena ler. Especialmente dedicado as mães que como eu sofrem pressão para o desmame, e para as mães que querem saber um pouco mais sobre os beneficios da amamentação prolongada!
 
Quando meu filho era pequenino sempre que eu parava para amamentá-lo alguém vinha até mim com sorrisos, falando dos benefícios da amamentaçao, que o moleque cresce gordo, parrudo, que esse é o melhor alimento, que melhora a imunidade, etc, etc, etc. 
Me lembro o quanto era bom ouvir isso, no entanto o guri foi crescendo, crescendo, crescendo e começou a andar. Aí o papo mudou...
Meu filho tem 22 meses e ainda mama em livre demanda, e sempre que eu paro para amamentá-lo observo olhares tortos, e a famosa pergunta: você vai desmamá-lo quando? Ah, depois de seis meses o leite materno não vale nada! Ele vai ficar dependente de você! Vai virar viado (sim ja ouvi isso). Poderia fazer uma lista gigante de coisas que já ouvi, mas seria muita perda de tempo.

Depois disso comecei a reparar no extremo preconceito e falta de informação que permeia nossa sociedade com relação a amamentação, principalmente após os 6 meses de idade.

Em primeiro lugar a mulher que amamenta seu filho maiorzinho não está sendo fraca e sequer está mimando seu rebento, ela está simplesmente seguindo as orientações da Organização Mundia da Saúde (OMS), a qual diz o seguinte: "O aleitamento materno deve ser mantido até os 2 anos ou MAIS, sendo que deve ser ofertado exclusivamente até os 6 meses, e após deve-se iniciar alimentação complementar".
A amamentação não é o principal alimento a ser ofertado ao bebê somente até os seis meses de vida, ela é o principal alimentado a ser ofertado até 1 ano de vida, a alimentação é complementar a alimentação. Após um ano de vida esse quadro muda, passando a amamentaçao a ser complementar a alimentação, mas de muita importância na vida imunológica da criança. Portanto não precisa se descabelar após os seis meses se o bebê está dificil de aceitar a papa, vá com calma, o seu leite ainda o nutre e é super importante. Fico super chateada quando vejo pediatras pedindo para retirar o LM após os seis meses para não "atrapalhar" a introdução de sólidos. Pior ainda quando fazem isto antes dos 6 meses, o que é bem comum.

Alguns médicos podem pensar que a amamentação vai interferir em relação ao apetite da criança para outros alimentos. Contudo não existem pesquisas indicando que a criança amamentada têm maior tendência a recusar outros alimentos que a criança que já desmamou.

 
Antes do sexto mês de vida a criança não precisa de suco, chá, água, leite, fruta, comida, etc. E que após o sexto mês de vida os alimentos vão começar a ser introduzidos de acordo com a aceitação da criança e o aleitamento materno mantido até os 2 anos ou MAIS!
Como consultora em amamentação reconheço que muitas são as dificuldades de se amamentar até os 2 anos, ainda mais em um país onde não se encontra nenhum estímulo para tal, e onde as questões culturais são extremamente preconceituosas. E também muitas questões individuais estão em jogo. Nós mulheres somos forçadas a voltar para o mercado de trabalho muito cedo, algumas devem retornar ao trabalho antes dos 4 meses, e tenho algumas amigas autonomas que só fizeram uma pausa por poucos dias após o nascimento. As dificuldades são muitas, e infelizmente a falta de apoio também. Vivemos em uma sociedade que cobra demais independente das escolhas!

Mas é importante mesmo amamentar após 1 ano de idade?

Estudiosos demonstraram que o leite materno durante o segundo ano de vida é muito similar ao leite do primeiro ano (Victora, 1984). No segundo ano de vida, 500 ml de leite materno proporciona à criança:

95% do total de vitamina C necessária;
45% do total de vitamina A necessária;
38% do total de proteínas necessárias;
31% de calorias necessárias.

Diante disso eu penso uma coisa, sempre que alguém chega e me fala que o leite materno não tem valor nutricional após 1 ano, o espinafre, a couve, etc deixa de ter valor nutricional quando?? 


Up na imunidade
Além disso, o que eu mais fico admirada com a nossa mãe natureza, é que o fatores imunológicos do leite materno aumentam em concentração, à medida que o bebê cresce e mama menos. Portanto, crianças maiores continuam a receber os benefícios da imunidade (Goldman et al, 1983). Quando nascem os bebês mamam muitas vezes ao dia e recebem um volume de anticorpos no decorrer do dia, conforme crescem vão mamando menos, e o leite vai ficando cada vez mais concentrado para suprir a necessidade de celulas brancas em um menor volume de leite. Lindo não?
E o leite materno continua a evitar doenças e a facilitar a recuperação de outros agravos durante o segundo e o terceito ano de vida, por ser rico em leucócitos (celulas de defesa), imunoglobulinas, fator bifido (auxilia no combate e prevenção de diarréia, muuuito melhor que o activia e o yakult, a diferença é que ninguém faz propaganda dele na TV), lactoferrina. 


A amamentação não é só benéfica ao bebê pequeno, ela continua a reduzir a morbimortalidade infantil, pois dificulta o aparecimente de quadros infecciosos, e isso é mais felicidade no seu lar, dinheiro no bolso pois evitará gastos com médico e remédios, e melhor desenvolvimento infantil.
Estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas preveníveis. Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária.
Segundo a OMS e o Programa das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em torno de seis milhões de vidas de crianças estão sendo salvas no mundo, a cada ano, por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva. Contudo, no Brasil, dados da II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno – realizada nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, em 2008 – revela que 41% das crianças menores de seis meses de vida estavam em aleitamento materno exclusivo. As demais tinham experimentado outro alimento já nas primeiras semanas ou meses de vida.



Crianças amamentadas tem menos alergias
Qaunto mais tarde se  introduzir o leite de vaca e outros alimentos alergênicos, menos provavelmente as crianças vão apresentar reações alérgicas (Savilahti, 1987).

Crianças amamentadas são mais espertas
Em um estudo com mais de 1000 crianças com idades entre 8 e 18 anos, os autores Horwood e Fergusson (1998) observaram que  crianças que foram amamentadas têm melhor performance na escola e maiores notas. Concluíram que havia umas tendências pequenas mas consistentes para a duração crescente da amamentação estar associada com um coeficiente intelectual aumentado, e um desempenho aumentado em testes estandardizados. As crianças obtinham avaliações mais elevadas do seu desempenho na sala de aula e melhores notas em exames finais.

Os autores David M. Fergusson e L. Jonh Horwood da Escola de Medicina de Christchurch subscrevem a teoria de que as gorduras insaturadas encontradas no leite humano são importantes para o crescimento do cérebro e do sistema nervoso.


Hum, agora a bomba que explode todos os dias na minha cabeça!
Crianças amamentadas são melhores ajustadas socialmente 
Ferguson observou que existem tendências estatísticamente significantes para que a desordem na conduta diminua com o aumento da duração da amamentação". Seu estudo mostrou uma ligação significantes entre a duração do periodo de amamentação e habilidade social em crianças de 6 a 8 anos.  
Como já discutimos sobre a importância da fase do colo aqui, volto a falar novamente sobre a importância de se respeitar o tempo da criança. Há tempo para tudo, inclusive tempo para ser dependente, tempo para ser criança, e tempo para crescer e se desenvolver. Crianças que podem desfrutar harmoniozamente de seu tempo para crescer se desenvolvem melhor do que aquelas que são forçadas a desenvolverem prematuramente. Criança não é animal de circo, não é objeto de competição,  e muito menos de comparação, sõ pessoas únicas, singulares e precisam de tempo, carinho e dedicação.
Aliás, estudos demonstram que um desmame precoce, forçado pode realmente impedir as necessidades emocionais de dependência no desenvolvimento, retardando assim a independência da criança.
Digo com muito orgulho que amo amamentar meu filhote, tem seus momentos de grandes dificuldade, mas amamenta-lo com ele me contando a história dos 3 porquinhos, não tem preço. Esse momento único ficará pra sempre em minha memória, é tão mágico isso, que me amolece o coração. Coisa que o cansaço não faz.

 Bebês não mamam somente por necessidade alimentar
 Amamentar um bebê maior é uma otima oportunidade para brincadeiras. Além do mais é no seio que eles bucam conforto, descarregam o estresse, se acalentam quando cansados, doentes, com sono, e  com medo. Ou seja amamentação é um porto emocional. Muito mais fácil aprender a conter as emoções negativas com auxilio de um colo quente, para posteriormente quando seguro poder aprender a controlar sozinho, o que irá acontecer por toda a vida. 
Sim há outros métodos de se acalentar um criança, e a amentação não é a única forma de demonstrar amor, exemplo disso são as mães adotivas. Mas o ponto discutido aqui é a importancia da amamentação e todos os preconceitos que permeiam o assunto, uma mãe que amamenta crianças grandinhas são fortemente forçadas a desmamar com todo tipo de argumento, e que sim a amamentação é importante e benéfica, e que auxilia e muito o desenvolvimento infantil, e que acalma, e acalenta, e que está londe, muito londe de trazer maleficios como tantos pregados por aí.

Através da amamentação, a mãe recebe uma resposta da boca do seu filho, das mãos dele, do corpo e dos olhos dele. Isso dá-lhe informação sobre como ele se sente e sobre o que ele está a fazer. Quase todas as mães que amamentam até mais tarde, afirmam que esta intimidade com o bebê é o elemento mais satisfatório da amamentação. Quando a mãe está a ter este tipo de prazer, ele transmite-se, por sua vez, ao seu filho. Os sorrisos dela, as carícias e o relaxamento do seu corpo, tudo isso ajuda a tornar a experiência da amamentação mais agradável para o seu filho, também. 

Somos bombardeados diariamente com descobertas milagrosas que prometem aliviar nossos problemas diarios de nossas vidas corridas e turbulentas, e não é diferente com a amamentação vendo a grande oferta de mamadeiras com bicos de todos os tipos, diversos formatos, com propagandas de serem semelhantes ao seio materno (duvido que alguma mamadeira seja igual ao meu seio, e que ofereça o calor deles e afague meu filho como eles). Isso sem contar na promessa da industria alimenticia, e de pediatras desinformados (prefiro pensar assim) de que algumas formulas são semelhantes, e pasmem, melhores que o LM. Fato, a melhor fórmula do mercado está tão perto de parecer com o leite materno quanto plutão está do sol. E me dói, me dói muito, muito mesmo, quando vejo mulheres acreditarem nisso e desacreditarem de suas capacidades de nutrir seus bebês. Se a industria e os profissionais de saúde tomassem o mesmo tempo, e o ímpeto que eles tem para demonstrar o quanto a fórmula é superior ao LM, e passasem a incentivar as mulheres e propagar conhecimento sobre o assunto, eu tenho certeza de que teriamos um outro padrão de vida, uma outra forma de fazer saúde, e uma outra forma de vivermos em sociedade. 
A industria até tenta compensar o desmame precoce através de vacinas, antibióticos, formulas especiais, e sabonetes bactericidas (oh god), mas jamais suprirá as necessidades psico-emocionais, afetivas e de contato.

E para a mamãe?
Mães que amamentam por mais tempo também são beneficiadas
a) A amamentação prolongada pode diminuir a fertilidade e suprimir a ovulação em algumas mulheres
b) A amamentação reduz o risco de câncer de ovário
c) A amamentação reduz o risco de câncer de útero
d) A amamentação reduz o risco de câncer de câncer de endométrio e) A amamentação protege contra osteoporose. Durante a amamentação a mulher experimenta uma diminuição na densidade óssea. A densidade óssea de uma mãe que está amamentando pode ser reduzida, em geral em 1 a 2%. No entanto, a mãe tem essa densidade de volta e pode até ter um aumento, quando o bebê é desmamado. Isso Não depende de um suplemento adicional na
alimentação da mãe. f) A amamentação reduz o risco de câncer de mama
g) A amamentação tem demonstrado diminuir a necessidade de insulina da mãe diabética

Josimara amamentando pedro com quase 1 aninho


Amamento sim meu filho de 22 meses, e sou mãe, esposa, dona de casa, profissional, lavo fraldas, escritora, blogueira, amante de cinema. Dificil fazer tudo isso?? Muito. Cansativo? Demais. Sofrido? As vezes. Compensador? Absolutamente. Olho sempre em frente, sei que as dores, as dificuldades serão esquecidas e que o que ficará em minha memória, que me fará sentar com lágrimas nos olhos no futuro é a certeza de que valeu a pena, as lembranças daquele dedo miúdo percorrendo meu nariz, meus lábios. Da sensaçao quente de ter um pequena boca se alimentando do meu corpo, do seu sorriso de satisfação. E do orgulho da luta que não foi em vão!

Minha intenção com esse post é informar. Vejo muitas mães sofrerem com a pressão para o desmame, e que muitas o fazem sem querer, por simplesmente não terem apoio e informação. Informação é a chave para a tomada de decisões saudaveis. Não é uma crítica as mães que desmamaram cedo, longe disso, cada um sabe a dor e o doce de se viver!

Grande beijo.
Thaiane!



Referências
FERGUSON,D.M. et al. Breastfeeding and subsequent social adjustment in six- to eight- year- old children. J Child Psychiatr Allied Discip 1987; 28: 378-86.
HORWOOD LJ and FERGUSSON.Brearstfeeding and later cognitive and academic outcomes, PEDIATRICS Vol. 101 nº1 January 1998, p.01-07.
VICTORA, C. G. Et al. Is prolonged breastefinding associated with malnutrition? Am J Clin Nutr 1984; 39: 307- 14.   

Para saber mais http://www.libertas.com.br

terça-feira, 12 de março de 2013

Slingada Ribeirão Preto

Eu me emociono de ver a força que temos quando nos unimos! E me emociono mais ainda quando vejo as mulheres pegando seus filhos nos braços e indo para a rua lutar por uma maternidade mais consciente!
Sábado dia 09/12/2013 o Mamãe Sunny em parceria com o maior grupo de mães daqui de Ribeirão Preto o Gravidinhas & Mãezinhas, criado pela lindona Flácia Maciel Aguiar, foi para a frente da Esplanada do Theatro Pedro II comemorar o Dian Internacional da Mulher. Foi lindo ver.

Armamos uma barraca onde distribuimos frutas e água aos passantes.
Também distribuimos panfletos falando sobre o grupo G&M, uso do sling, e por uma lei que dê o direito a TODAS as mulheres a licença maternidade de no mínimo 6 meses!
Nossa luta é por um mundo melhor, onde as pessoas saibam amar em sua forma mais pura desde seu nascimento, e acreditamos que só conseguiremos isso quando passar a criar nossos filhos com mais proximidade, sem amarras sociais e culturas, sem medos, com afeto, com vínculo e com liberdade!.


A slingada foi muito linda. Fizemos uma roda com as mães com seus bebês no colo ou no sling e cantamos juntas a música Reconhecimento-Isadora Canto! Muito emocionante! Pra mim, essa musica tem um valor imenso, pois ela tocou momentos antes do meu príncipe nascer!
A Slingada foi demais e espero que possamos fazer outras, muitas outras! Deixo aqui as fotos clicadas pela Alexandra Yamakami!

Muito, mas muito orgulhosa por fazer parte disso tudo, por ter um dedinho mesmo que mínimo na vida de tantas mães, e na vida de tantos bebês. Isso sem dúvida me faz acordar todos os dias muito mais feliz!